Um sonho de vinte anos
Um sonho de vinte anos
Jairo Ardull
Tive a honra de fazer parte do quadro de jornalistas do jornal Correio Popular um ano depois de sua criação. Muito mais que uma chance profissional, foi uma oportunidade de fazer amigos. Amigos verdadeiros. Amigos que ainda hoje cultivo e admiro. E de todos os meus contemporâneos (e olha que não foram poucos), guardo uma especial estima pelo hoje jornalista Francisco Limeira, que como ninguém soube aproveitar os ensinamentos dessa escola que foi o CP.
Nos anos de 1990, havia muitos experimentos no jornalismo rondoniense e quase tudo estava por fazer. Longe das discussões acadêmicas que atualmente envolvem a obrigação do diploma (ou não), na época tínhamos a ingenuidade de apenas querer sermos jornalistas. Pouco importava as condições de trabalho, o salário... E por incrível que pareça, bastava o reconhecimento do leitor. Vivíamos a dualidade: o feijão e o sonho. Não foi por acaso que aqueles que migraram para outras atividades se tornaram bons profissionais como, por exemplo, o renomado advogado Silás Queiroz. Colega de mesa (de trabalho) e reportagens.
Nas palavras do ex-editor do CP, João Nunes Freire, nossa equipe era formada por ?pessoas talentosas, mas amadoras?. Hoje, acredito que aquele era o cenário ideal para que nos tornássemos pioneiros e profissionais da comunicação impressa. Não consigo ver minha vida sem o jornalismo. Sentimento que compartilho com os colegas que me ajudaram a manter viva essa chama, vinte anos depois. Quando entrei no CP em 1991, acompanhado de João Nunes e Silás Queiroz (egressos do jornal A Palavra), encontrei uma equipe de abnegados liderados por Sandro Paio, sem querer entrei para a história do jornalismo rondoniense. Obrigado, Correio Popular.
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