GREVE: Bancários aderem a paralisação geral
(Paulo Demétrius) Desde a noite de terça-feira (28) já se alardeava uma eminente greve geral da classe dos bancários do país. Ontem (29), os brasileiros se depararam com portas giratórias trancadas, cartazes de greves, palavras de ordem e bancários sentados em frente de suas agências orientando e explicando os motivos da greve aos clientes.
Em Ji-Paraná, a proximidade das agências do 1º distrito possibilitou que os bancários em greve se mobilizassem com facilidade. Durante a mobilização, o diretor do Sindicato dos Bancários em Ji-Paraná, José Batista, explicou os motivos da paralisação dos servidores dos bancos da cidade.
Segundo o bancário, a campanha salarial dos bancários é feita no mês de setembro. O acordo [que estava vigente] encerrou dia 31 de agosto. ?Nesse período começou uma negociação sobre o índice de reposição da inflação, o ganho real e a participação nos lucros e resultados dos bancos?, analisou o diretor.
Em números, os bancários pedem aumento de 11% (7% de aumento real, mais 4,29% de reposição da inflação), participação nos Lucros e Resultados de três salários mais R$ 4 mil fixos, aumento dos pisos salariais e dos valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação e do auxílio creche.
A Fenaban (Federação Nacional de Bancos) afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que espera uma contraproposta dos bancários e que já propôs reajuste para as lideranças da greve ?partindo da reposição de 4,29%, correspondentes aos índices da inflação, na busca do percentual final?.
José Batista, quando questionado sobre a possibilidade de negociação, contou que as reivindicações dos bancários dependerão da adesão de toda a classe. ?Se a categoria tiver força e conseguir mobilizar um número razoável de bancários, os grevistas conseguirão algo muito próximo dos 11% exigidos, mas, se a paralisação não for forte, corremos o risco de voltar [ao trabalho] com até 6% ou 7% de reajuste?, alertou o sindicalista.
FUNCIONAMENTO ? O diretor do Sindicato ainda disse que o autoatendimento não está paralisado, justamente para causar menor transtorno para a população. ?Aqui em Ji-Paraná, nós decidimos que iríamos manter os atendimentos dos caixas eletrônicos funcionando, o processamento de papéis e também o pagamento dos benefícios dos aposentados. A população que depende do INSS geralmente precisa desse dinheiro, o que faz da nossa decisão um ato acertado?, afirmou.
Em entrevista aos veículos de comunicação da capital, o presidente do Sindicato dos Bancários de Rondônia, Cleiton dos Santos, disse que a greve dos bancários não visa somente a conquista dos pontos da pauta de reivindicação apresentada à Fenaban, mas também a contratação de mais funcionários para as agências, a fim de acabar com o problema das filas e da demora no atendimento.
?Por isso pedimos a compreensão e o apoio de clientes, usuários e da sociedade em geral, porque nós estamos nesta luta não apenas pela categoria, mas pela melhoria na qualidade de atendimento dentro dos bancos, um beneficio que será usufruído por todos?, finalizou. Em 2009, os bancários iniciaram uma greve também no final de setembro. A paralisação durou 15 dias, mas a greve na Caixa Econômica Federal foi estendida e durou 28 dias no total.
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