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A BAGUNÇA ELEITORAL * Luiz Carlos Amorim E a demora do Supremo Tribunal Federal em decidir se a Ficha Limpa vale para estas eleições continua. Alguns ?fichas sujas? (sujíssimas) conseguiram se manter candidatos e até se eleger. A sociedade está esperando que o STF siga os passos do Tribunal Superior Eleitoral, que fez a sua parte e decidiu que a lei da Ficha Limpa valeria já neste ano. Eles têm que votar e validar ou não a lei de uma vez, para acabar com esta bagunça. Como já disse antes, não dá pra confiar mais nem no trabalho da justiça. Outra coisa que não dá pra confiar, e não é de hoje, são as pesquisas eleitorais. Tivemos a prova, mais uma vez, nesta eleição. Dilma e Lula estavam certos que sairiam vitoriosos já no primeiro turno, pelas pesquisas que apontavam a candidata provável candidata eleita. Não foi isso que aconteceu. As últimas pesquisas davam quatorze por cento para Marina. Ela conseguiu vinte por cento. Também não se cogitava, pelas pesquisas, que o governador catarinense fosse eleito já no primeiro turno. E assim por diante. Nunca confiei nessas pesquisas, até porque nunca fui consultado, nunca respondi a nenhuma delas e não conheço ninguém que tenha sido entrevistado. E a bagunça generalizada não foi só a farra dos fichas sujas. A mídia informava, até o dia 30 de setembro, que quem perdeu ou não estava achando o título eleitoral devia ir até um cartório eleitoral para pedir uma segunda via. Jornais, televisão, rádio, internet, todos martelando em cima disso, até dois dias antes da eleição. Quase três milhões de pessoas enfrentaram filas em cartórios eleitorais, faltaram serviço e sei lá mais o que, para conseguirem a reimpressão do abençoado título de eleitor. Para quê? Para nada, porque no dia primeiro de outubro, um dia antes da votação, a principal notícia nos meios de comunicação foi a dispensa de título para voltar. O STF decidiu que o eleitor só precisa levar um documento com foto, como carteira de identidade, habilitação, carteira profissional, passaporte, etc, para identificação e pronto. Não é uma falta de respeito? Num momento convocam os eleitores a correrem para tirar uma segunda via do documento, e no momento seguinte, aliás, no dia seguinte ao último prazo para isso, divulgam que o famigerado título eleitoral não serve mais para nada. Esse é o nosso Brasil. Desrespeito ao cidadão é uma constante, tantos dos políticos como até da justiça. * Luiz Carlos Amorim é autor de 26 livros de crônicas, contos e poemas, três deles publicados no exterior. ...


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