DENGUE:prevenção é o melhor caminho
> O vírus já infectou pessoas na Região Norte e pode chegar a Ji-Paraná, mas ainda há moradores que ignoram a luta contra o mosquito
(Josias Brito) Diferentemente do que se repete há anos no período chuvoso, a trégua do mosquito Aedes aegypti ainda não veio. O aumento do número de casos de dengue em Rondônia deixa as autoridades de saúde em alerta. Segundo o último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, Rondônia possuiu 22.138 casos de dengue concentrados, na maior parte, em 17 municípios.
Nos últimos dias, foi à vez de um alerta causar um novo mal-estar. Com a identificação do vírus tipo 4 em três pessoas na região Note, o ministro José Gomes Temporão não descarta a possibilidade de esse novo sorotipo circular pelo país e achar uma população inteiramente suscetível. ?É preciso estar preparado.? Em meio à má notícia, a população de Ji-Paraná, parece não ter aprendido a lição de que é preciso combater o mosquito. Muitos lotes vagos continuam às traças, acumulando lixo e entulho, causando medo em quem vive por ali.
O novo sorotipo identificado não é registrado no país há quase 30 anos. Sendo assim, especialistas afirmam que a maioria da população não é imune a ele e esse seria o risco das próximas epidemias. O outro perigo será o de aumento de casos graves pelas formas mais perigosas da doença, como a hemorrágica. O ministro assegurou que o governo federal está preparado para ?enfrentar uma hipotética ampliação da circulação do vírus 4 no próximo verão?.
Para o diretor do Departamento da Vigilância em Saúde, Milton Rodrigues, a situação é preocupante, mas não é momento de pânico. ?O vírus é mais um da dengue. No Brasil já circula os tipos 1, 2 e 3. A cada novo sorotipo, aumenta a chance de enfrentarmos um quadro epidemiológico mais forte?, alerta, explicando que, paradoxalmente, ser imune a um dos três tipos já conhecidos da dengue não significa uma doença menos grave se contaminado pelo novo tipo. ?É como se os anticorpos já criados facilitassem a entrada desse vírus nas células?, diz, salientando ainda que ?O fluxo de pessoas é muito grande e os sintomas são praticamente os mesmos. Por isso, é importante que estamos fazendo, que é o monitoramento dos vírus para identificar os tipos que estão circulando.?
CRIADOURO DO MOSQUITO ? Segundo apurou a reportagem do CP, é justamente neste momento crítico, no qual se espera de toda a população e dos órgãos públicos mais atenção e cuidados com o Aedes aegypti, que a comunidade dá mau exemplo. A cidade amarga à antiga luta contra os lotes vagos e, muitas vezes, abandonados.
O grande número de terrenos baldios, onde entulho, lixo doméstico e até restos mortais de animais são jogados,se tornaram motivo de preocupação para a equipe de Endemias da Semusa (Secretaria Municipal de Saúde de Ji-Paraná). Apesar dos incômodos que a situação gera o maior problema é neste período de chuvas.
O período de seca contribui para a diminuição dos casos da dengue, doença causada pelo mosquito Aedes Aegypti, fazendo com que muitas vezes as pessoas se preocupem menos em eliminar os focos, jogando lixo a céu aberto nos terrenos baldios. A melhor medida a ser adotada pela população é o acondicionamento e a destinação correta dos resíduos. "É comum, mas um verdadeiro descaso observarmos lotes tomados por sacolas plásticas, garrafas e entulhos, que muitas vezes não são depositados ali pelo proprietário do terreno. Nós encontramos o vetor do mosquito em todos os bairros da cidade, os agentes todos os dias fazem orientações as pessoas e contamos com elas no controle da dengue. Encontramos focos da doença em suporte de geladeira, ar condicionado e vasos de plantas?, lamentou o diretor.
Semusa notifica órgãos públicos em Ji-Paraná
(Josias Brito) Preocupadas em conter o avanço da dengue, a Semusa (Secretaria Municipal de Saúde), por meio da Vigilância Sanitária, está notificando os órgãos públicos e empresas de Ji-Paraná, que dispõem de veículos ou sucatas no pátio, para tomarem medidas que evitem que estes locais se tornem criadores do Aedes aegypti. A entidade, em parceria com empresas, está disponibilizando de um caminhão, exclusivo, para fazem o recolhimento dos pneus e os armazenam numa área coberta.
Conforme o diretor de departamento da Vigilância Sanitária, Milton Rodrigues, a campanha de combate a dengue em Ji-Paraná não parou e que a equipe está notificando os órgãos públicos no município como: a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal, o Detran, a Polícia Militar e a empresas, que tem em seus pátios veículos ou sucatas, para que tomem medidas que evitem a proliferação do mosquito da dengue. ?Estamos visitando estes órgãos, as empresas que trabalham com ferro velho e de reciclagem e, os orientando a tomarem cuidado neste período chuvoso, época em que aumenta os casos de dengue na região?, enfatizou.
Milton Rodrigues salientou que dispõe de três caminhões para recolher entulhos e pneus no município, sendo que dois são para entulhos e um é usado somente para o recolhimento de pneus inutilizados. ?Está é uma parceria do poder público municipal com a ANIP (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) que tem recebido milhares de pneus de Ji-Paraná?, disse, ressaltando que os pneus acabariam nos rios ou em terrenos baldios, correndo risco de serem queimados, provocando fumaça altamente tóxica e ainda servindo de criadouros do mosquito Aedes aegypti.
O pneu serve como alternativas de reutilização em solados de sapato, dutos pluviais, quadras poliesportivas, pisos industriais, tapetes de automóveis.
Disk Dengue já atende denúncias e solicitações de inspeção
(Josias Brito) O Disk Dengue já esta recebendo denúncias e solicitações de inspeção, de acordo com informações do diretor do departamento de Vigilância Sanitária da Semusa (Secretaria Municipal de Saúde), Milton Rodrigues.. Implantado pela Prefeitura de Ji-Paraná, o serviço faz parte das estratégias adotadas pela administração municipal de combate a dengue no município.
Milton Rodrigues, destaca a parceria da população para o andamento do serviço, já que não foi registrado nenhum trote até o momento. O Disk Dengue funciona gratuitamente, no número 0800-642 4554, das 7h30 às 17h30, de segunda à sexta-feira.
De acordo com o diretor, assim que recebe a chamada, a equipe encaminha a solicitação para a divisão de saúde responsável pela área, que envia agentes de endemias para realizar inspeção interna e externa do local e, quando necessário, tratar e eliminar os focos do mosquito.
Milton destaca ainda que uma das medidas para conter a proliferação do vetor foi a criação do Disk Dengue. O serviço tem o objetivo de envolver a população no trabalho de eliminação do Aedes aegypti. ?Por este telefone as pessoas terão oportunidade não só de denunciar situações que podem facilitar o avanço da doença no município como também tirar dúvidas sobre a Dengue e informar casos suspeitos para direcionar os trabalhos desenvolvidos pelo setor de controle de endemias e zoonoses.
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