Decisão do MP altera planos de clubes
A decisão do Ministério Público de Rondônia de dar ultimato aos clubes depois da confusão da armada pelo Cruzeiro, parece que jogou uma ducha de água fria nos diretores das agremiações rondonienses.
A menos de quinze dias para terminar o ano, a única equipe que está se movimentando nos bastidores é o VEC, que busca se reforçar para a Copa do Brasil.
Da capital, nem Genus, nem Shallon falam sobre o assunto, a não ser após o que for decidido na reunião do dia 28 de janeiro na sede da FFER (Federação de Futebol do Estado de Rondônia).
Segundo o presidente do Genus, Evaldo Silva, o clube ainda não se movimentou para a temporada 2011. ?Acho que 2011 será uma nova vida para os clubes profissionais de Rondônia. E essa vida vai depender do que for discutido no arbitral de janeiro na Federação. Pelo que tenho ouvido de outros clubes, há 50% para termos campeonato e 50% para não acontecer?, declarou.
Sobre o ultimato do Ministério Público dado aos clubes, Evaldo salientou que os times já vinham se arrastando para se manter. Com as medidas, foram ?cortadas as pernas e o pescoço?.
EXIGÊNCIA - Depois da falta de pagamentos aos atletas contratados pelo Cruzeiro, a procuradora Michele Bastos resolveu notificar todos os clubes de Rondônia para a obrigação de cumprirem a legislação trabalhista.
A procuradora chegou a propor um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que foi aceito. Os clubes que assinaram o acordo terão que cumprir a legislação a partir de agora, os que recusarem terão de provar que estão atuando conforme determina a lei, caso contrário vão responder judicialmente pelas irregularidades.
Tudo começou quando o Cruzeiro foi manchete nacional por não ter pago os salários de seus jogadores durante o campeonato estadual deste ano e, ainda, como, aliás, vinha fazendo anualmente, não dar moradia, alimentação e nem passagem de volta aos jogadores de outros estados, culminando com denúncia dos atletas no MP.
Os dirigentes se comprometeram a assinar a carteira de trabalho de todos os atletas, bem como dos profissionais que compõem a comissão técnica, incluindo o técnico, que até então era feito apenas um ?contrato de gaveta? e em muitos casos nem isso. Massagista e roupeiro que trabalhavam de forma voluntária também terão que ter vínculo empregatício com o clube.
Segundo a procuradora, os clubes terão que registrar a carteira de trabalho dos atletas e dos profissionais da comissão técnica, e fazer um seguro de acidade para todos os jogadores, conforme determina o Artigo n°. 45 da Lei Pelé. O clube que descumprir a legislação será multado em R$ 10 mil por cada irregularidade cometida.
Num primeiro momento, Genus, Ariquemes e Rolim de Moura já adiantaram que, caso as medidas sejam exigidas, vão fechar as portas, ou seja, não disputarão a temporada 2011.
O argumento é que não terão dinheiro para bancar os custos, nem patrocínio para incentivá-los ou ajudá-los.
Com base nesse volume de encargos sociais, os dirigentes estão com um ?pé na frente? e ?outro atrás? antes de decidirem entrar em campo no Campeonato Rondoniense 2011.
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