ANEL VIÁRIO: Governo entrega hoje a ponte de 463 metros
> A obra é fundamental para desafogar o trânsito dentro do perímetro urbano de Ji-Paraná
(Da redação) Está previsto para as 10 da manhã de hoje (28), a vinda do governador João Cahulla para a inauguração de uma das grandes obras estruturais do Governo do Estado: a Ponte do Anel Viário de Ji-Paraná. A assessoria de comunicação do governador confirmou ontem (27), a inauguração dos 463 metros de extensão de ponte sobre o rio Machado com um custo aproximado de R$ 22 milhões. A ponte é uma das últimas etapas da construção do Anel Viário, que já é um antigo apelo da população ji-paranaense, que sofre com os transtornos causados pelo tráfego intenso de carretas e outros veículos pesados que, além de afogar o fluxo de veículos, causam sérios acidentes nos trechos urbanos da BR-364.
Através de sua Assessoria, o Governador Cahulla disse que a construção do anel viário permitirá que veículos, especialmente as carretas e caminhões, sejam desviados, não trafegando mais pela área urbana do município, destacou Cahulla. Segundo a construtora responsável pela execução da ponte, o canteiro de obras foi um grande gerador de empregos, já que chegaram a estar empregados mais de 230 trabalhadores em sua construção.
O diretor-geral da construtora Luiz Carlos Gonçalves contou que, para fazer boa parte do trabalho, foi contratada mão de obra feminina. ?Elas não têm a mesma força física de um homem, mas, são mais caprichosas e detalhistas?, comentou.
Outro ponto destacado pelo proprietário da construtora foi à necessidade da formação de mão de obra especializada para este tipo de serviço. Ele contou que todos os funcionários passaram por treinamento para poderem trabalhar com mais eficiência e segurança. ?Esses trabalhadores estão aptos e conhecem bem o processo de grandes construções. Inclusive, há empreiteiras do Maranhão e do Pará que estão interessadas em contar com essa mão de obra formada aqui?, salientou Luiz Carlos.
Edward Luis Fabris, engenheiro responsável pela empreitada, entrevistado pelo CP em setembro, disse que uma obra tão grande também tem obstáculos enormes. ?Os problemas com inundações, dificuldade de acesso e locação de maquinário de outros estados foram os maiores transtornos enfrentados pela empreiteira?, contou o engenheiro. Outro problema recorrente na construção da ponte do anel viário foi à insuficiência no número de trabalhadores qualificados. Edward, assim como Luiz, relatou que foram oferecidos cursos de formação profissional para esses trabalhadores. ?Foi necessário qualificar os funcionários para essa obra, justamente porque é um tipo de estrutura pouco comum em Rondônia?, analisou.
MÉTODOS MODERNOS - Todo o concreto utilizado na obra foi produzido no próprio canteiro e lançado por uma bomba de alta pressão até o guindaste, o que adiantou muito o serviço. A produção do concreto, em equipamento de comandos digitais, contou ainda com a análise das dosagens para cada tipo de aplicação do concreto de um laboratório em Cuiabá. Outro avanço foi em relação à montagem da armação de aço. A empresa adquiriu cortadeira e dobradeira hidráulicas para acelerar a construção.
A tecnologia usada é o que há de mais moderno. Trata-se do sistema balanço sucessivo: este método usa vigas contínuas, arcos e tirantes, que é feito a partir de um escoramento no pilar da ponte. A cada cinco dias um trecho novo é concretado. A vantagem é que o trabalho avança em duas frentes se encontrando no meio do vão no qual é feita a emenda. Luiz disse que a tecnologia é a mesma que está sendo aplicada no Rodoanel e nos viadutos da Marginal Tietê, em São Paulo.
O diretor da obra disse estar satisfeito com o resultado e agradeceu ao governo pela oportunidade de construir essa ponte. ?Todas as dificuldades desta obra fazem parte de um desafio, e que não fugimos a ele?, comentou o empresário, ao afirmar que a obra do anel viário entra no currículo da construtora como algo dignificante.
A próxima etapa do projeto será a pavimentação de um trecho de 12 a 15 quilômetros, para que o trânsito pesado possa fluir normalmente. Na obra da ponte, foram utilizados 80 mil sacos de cimento e 760 toneladas de ferragens.
...