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Produtos nobres, marcas pobres
*Ivan Postigo Para ter sucesso empresarial é necessário ter uma marca com relevância? Em um mercado onde o consumidor procura marca evidentemente que sim, onde a busca é por preço, serve como diferencial. Por isso, foco em negócios é determinante. Não é possível servir à deusa Marca e a Mamón. Na antiguidade muitos deuses eram cultuados e mamón não era uma das divindades, mas uma palavra em aramaico que significava dinheiro e riqueza. Quando muitos falam em um mundo sem logo, porque deveríamos nos importar com isso se tivermos, tecnicamente, os melhores produtos do mercado? O consumidor, mais do que qualidade física, está sempre em busca de destaque. Marca não carrega apenas atributos físicos, mas uma gama enorme de serviços. É verdade que muitos empreendedores teimam em vencer sem marcas consagradas, em mercados onde o conceito ?Premium? é requisito. Isso ultrapassa a teimosia e perseverança e encontra a ingenuidade. O consumidor tem a palavra final, este é quem dirá sempre se aceita ou não a proposta do empreendedor. Quando um produto revolucionário chega ao mercado e muda conceitos e costumes, dirá o criador: - o consumidor não sabe o que quer, nós criadores e inovadores é que ditamos as regras. É importante lembrar que na fila em busca do sucesso muitos o antecederam e fracassaram e este pode ser passageiro, uma miragem. A moda cria o modo, assim como o modo cria a moda. Marcas são símbolos de liberdade, de integração, resgate de estima, busca da personalidade, identidade, valor, ideologia. A Marca, o Logo tem um significado profundo, pois destaca a pessoa e evidência seu sucesso, que não precisa ser necessariamente financeiro. Por essa razão têm fãs, seguidores, propagadores, partidários. Marcas reinam pelo conceito de nobreza. No processo de resgate ou valorização, as marcas têm efeito imediato, por essa razão propagandas com ícones populares fazem sucesso. A tatuagem, gostem uns, critiquem outros, abre um enorme campo de estudo para a busca de significados. A grande ambição do homem é a busca pela essência da vida, e a escolha pode ser com sucesso financeiro, que fornece bens, ou total desapego. O produto da liberdade cria a liberdade do produto, onde a máxima da sua propaganda pode ser defender seu direito de ser contra a qualquer espécie de propaganda. Difícil imaginar? Pense em uma letra como símbolo dessa rejeição e todo um grupo ostentando a marca como protesto. A própria defesa do mundo sem logo estabelece uma marca e reconhecimento público, ainda que por rejeição a esse conceito. Pense: Marca pode se tornar um dogma? Não se prenda ao seu significado religioso, mas ao seu conceito amplo como crença, opinião, suposição, imaginação. O cavalo de raça que torna o homem da cidade grande em cowboy ou a moto que transforma o executivo no ?homem sem destino?, não serão trocados por similares e semelhantes, ainda que os aspectos físicos sejam indiscutíveis. Ao empreendedor não cabe apenas entender o produto, mas os desejos e as intenções. Marcas, Logo, têm a ver com a genética das organizações, por isso são assuntos complexos. Organizações empresariais são produtos do homem, não apenas como meio de sustento, mas de sua expressão. Quando não presente na visão, informações implantadas no genoma das organizações podem lhes dar essa funcionalidade em marketing. A questão é quantos gestores aceitarão que suas organizações sejam geneticamente alteradas. Essa é a razão fundamental para encontrarmos tantos produtos nobres com marcas pobres. * Ivan Postigo é diretor de Gestão Empresarial, articulista, escritor e palestrante ...


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