AUTISMO: Associação promove arraial beneficente em Porto Velho
Com o objetivo de arrecadar recursos para sua manutenção, a Associação dos Pais e Amigos do Autista (AMA), de Porto Velho, promoverá um arraial neste sábado (2), na escola municipal Joaquim Vicente Rondon, a rua Garopaba, 2615, no conjunto Cohab. A festa será abrilhantada com apresentação das quadrilhas folclóricas da Rádio Farol e do grupo da Terceira Idade do Sesc e na oportunidade serão comercializadas comidas típicas regionais.
De acordo com a literatura, o autismo é uma desordem na qual uma criança jovem não pode desenvolver relações sociais normais, se comporta de modo compulsivo e ritualista, e geralmente não desenvolve inteligência normal. O autismo é uma patologia diferente do retardo mental ou da lesão cerebral, embora algumas crianças com autismo também tenham essas doenças.
Sinais de autismo normalmente aparecem no primeiro ano de vida e sempre antes dos três anos de idade. A desordem é duas a quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas. Sua causa não é conhecida. Estudos de gêmeos idênticos indicam que a desordem pode ser, em parte, genética, porque tende a acontecer em ambos os gêmeos se acontecer em um. Embora a maioria dos casos não tenha nenhuma causa óbvia, alguns podem estar relacionados a uma infecção viral (por exemplo, rubéola congênita ou doença de inclusão citomegálica), fenilcetonúria (uma deficiência herdada de enzima), ou a síndrome do X frágil (uma dosagem cromossômica).
Desconhecimento - Por alterar o comportamento da criança, normalmente é confundida com a síndrome de down ou outras síndromes, retardos e transtornos mais conhecidos e que já contam com uma rede de apoio mais estruturada, a exemplo das Apaes, que possuem sedes, transportes e apoio de várias fontes oficiais. Já o desconhecimento com relação ao autismo, faz com que os problemas fiquem restrito aos familiares, alheios portanto à sociedade e às autoridades.
A Associação dos Pais de Amigos do Autista de Porto Velho, por exemplo, sobrevive com muitas dificuldades. Para começar, não possui uma sede própria. Funciona numa casa cedida provisoriamente, a rua Iguatemi, na Vila da Eletronorte e sobrevive de doações. O único apoio oficial é um convênio com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), para a cessão de professores, porém o próprio Estado se ressente de mão-de-obra qualificada, isto é, de professores preparados para trabalhar com os alunos da AMA, que vão dos dois aos 22 anos.
Quando a associação se propõe a desenvolver uma atividade extra-classe, como por exemplo um passeio ecológico, natação, etc, precisam ser transportados amontoados nos carros dos próprios pais ou de voluntários que ajudam na manutenção da AMA. Políticos dos mais variados status já se aproveitaram para aparecer na imprensa em visitas à associação, ou com promessas, como de entregar um ônibus, porém a verdade é que os supostos benefícios jamais chegaram.
A Arraial do Amarão, nome dado a festa folclórica da AMA, é portanto uma oportunidade para fortalecer a rede de apoio e arrecadar alguns recursos que ajudarão na manutenção da associação.
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Lista de Checagem do Autismo
A lista abaixo serve como orientação para o diagnóstico do autismo. Como regra, os indivíduos com autismo apresentam pelo menos 50% das características relacionadas. Os sintomas podem variar de intensidade ou com a idade.
Dificuldade em juntar-se com outras pessoas,
Insistência com gestos idênticos, resistência a mudar de rotina,
Risos e sorrisos inapropriados,
Não temer os perigos,
Pouco contato visual,
Pequena resposta aos métodos normais de ensino,
Brinquedos muitas vezes interrompidos,
Aparente insensibilidade à dor,
Ecolalia (repetição de palavras ou frases),
Preferência por estar só; conduta reservada,
Pode não querer abraços de carinho ou pode aconchegar-se carinhosamente,
Faz girar os objetos,
Hiper ou hipo atividade física,
Aparenta angústia sem razão aparente,
Não responde às ordens verbais; atua como se fosse surdo,
Apego inapropriado a objetos,
Habilidades motoras e atividades motoras finas desiguais, e
Dificuldade em expressar suas necessidades; emprega gestos ou sinais para os objetos em vez de usar palavras.
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