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Custos ocultos nas compras com o cartão de crédito
*Por Reginaldo Gonçalves Os cartões de crédito nunca foram tão popularizados como hoje, mas existem armadilhas que poderão prejudicar consumidores em suas compras, principalmente nas efetuadas de maneira parcelada e, mais ainda, nas operações de reparcelamento com as administradoras. Estas, como fator de estímulo do hábito de consumo, seja na modalidade de débito ou de crédito, buscam a massificação de clientes, concedendo facilidades no crédito rotativo ou nas vendas parceladas, em parcerias com o varejo. Não existem milagres! As vendas nas lojas apresentam o valor à vista sendo igual se parcelado em 10 vezes. Contudo, as lojas, sejam de fábrica ou não, acabam embutindo a expectativa de juros nas suas vendas, prevendo no caso de desconto receber o valor como se a vista fosse. Indiretamente, portanto, o consumidor acaba comprando a mercadoria com os juros embutidos. As empresas administradoras de cartões recebem a comissão pela venda do lojista e muitas vezes um valor pela locação da máquina que gerará a aprovação do crédito. Além disso, a administradora de cartões receberá a anuidade do cliente e, se houver reparcelamento das parcelas que já foram efetuadas, com o pagamento da parcela mínima, cobrarão os juros mais altos da história, ou seja, taxas que ultrapassam a 200% ao ano. Estas, em comparação com a Selic, hoje fixada em 7,25%, ficam muito distantes da realidade. Os maiores juros são observados nos cartões de afinidades das lojas, que muitas vezes é mais caro do que os dos bancos, em virtude da liberdade na concessão e emissão dos cartões. Para escapar dessa situação, cabe ao consumidor, como interessado, negociar taxas mais atrativas e não entrar no crédito rotativo e nem no pagamento dos valores mínimos das faturas. Essa prática leva ao endividamento crescente. Posteriormente, devido ao descontrole financeiro desencadeado pelo problema, tende a ser cada vez maior a parcela da renda mensal comprometida com o serviço dessa dívida, podendo até mesmo afetar a qualidade da vida da pessoa ou da família. Os juros pagos por esses financiamentos têm demonstrado serem nocivos a toda a sociedade. Muitas vezes, é melhor pegar um financiamento consignado, no caso de aposentados ou pensionistas do INSS ou servidores públicos, ou um crédito pessoal no banco, para quitar a dívida com o cartão. Em ambas as modalidades os juros são bem menores. Trabalhar utilizando o cartão de crédito é benéfico somente para quem tem controle de sua situação financeira. Caso contrário, a melhor alternativa é ficar com o cartão de débito, assumindo apenas compromissos limitado ao saldo em conta corrente. *Reginaldo Gonçalves é coordenador de Ciências Contábeis da FASM (Faculdade Santa Marcelina). ...


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