Perspectivas para 2013 já demonstra fragilidades
* Reginaldo Gonçalves
O ano de 2012 foi caracterizado por cenários internacionais que afetaram a economia interna. Os problemas com relação à Zona do Euro, atingida pelas crises na Grécia, Espanha, Portugal e Itália, além das dificuldades que estão sendo enfrentadas pelos Estados Unidos e a China, prejudicaram os países emergentes, inclusive o Brasil. Com a expansão do nosso PIB fechando próximo a 1% e o crescimento da população sendo maior, observa-se a perspectiva de uma estagnação, podendo haver o início de uma recessão com a perda de vagas de emprego e o agravamento da situação econômica.
As recentes manobras de desoneração da folha de pagamento e ampliação das empresas beneficiadas não estão repercutindo em uma manutenção da empregabilidade, pois para alguns segmentos o benefício da desoneração foi aniquilado com a criação da contribuição de 1% do faturamento. Ou seja, determinados setores poderão aumentar sua carga tributária e acabar tendo problemas com relação ao repasse para os consumidores, reduzindo as vendas e prejudicando sua sustentabilidade.
Para agravar a situação, embora a inflação ficar dentro da margem fixada pelo governo, os alicerces começam a se romper e poderá haver em 2013 um período difícil e por consequência um crescimento negativo do PIB. Os aumentos promovidos no funcionalismo público e a colocação de Guido Mantega, com relação ao aumento dos combustíveis, irá gerar nesse primeiro momento, uma pressão significativa sobre os preços dos produtos. O governo já esta tentando em 2012 valorizar o real frente ao dólar para buscar uma redução da inflação, mas outros fatores acabam criando o desequilíbrio como, por exemplo, a redução do superávit primário que o Governo é forçado a buscar recursos para rolagem da dívida e seu refinanciamento.
Uma das alternativas para equilíbrio das finanças públicas é a manutenção dos investimentos em setores prioritários e que fazem parte do orçamento, a infraestrutura esta carente de recursos e necessita de investimento urgente, mas, que poderá ser prejudicado pela falta de aprovação do orçamento de 2013 onde o governo garante o gasto público, mas, que não pode investir por falta de orçamento direcionando os investimentos e as fontes de recursos necessários para seu financiamento.
As perspectivas para 2013 não são favoráveis e precisaremos de fôlego e muito trabalho com investimentos em infraestrutura, redução da carga tributária, controle do câmbio, incentivos as exportações e a busca pelo aumento do superávit primário com redução do gasto público em atividades não prioritárias, ou seja, cortar gordura.
* *Reginaldo Gonçalves é coordenador de Ciências Contábeis da FASM (Faculdade Santa Marcelina).
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