O trânsito de nossa cidade é feito por nós
O trânsito de nossa cidade é feito por nós
* Petrônio Souza
Em Maceió, Alagoas, seguindo a longa avenida estendida por sobre a praia, como que se tocados pela beleza que circunda e faz mais bela a cidade, os carros param, em qualquer horário, para que o pedestre atravesse a avenida de ruas largas e altos coqueiros e ganhe a paz infinita dos mares, aquela que liberta o pensamento e faz a vida mais prazerosa. Para aquele acredita ser o nordeste menos educado, será uma grande e alvissareira constatação.
Em Florianópolis, estendida por toda ilha, a magia contagiante do trânsito educado e cidadão; homens dirigindo carros, carros sendo usados para o bem viver de toda uma sociedade. Por onde se passa, lê-se junto às guaritas das polícias rodoviárias da ilha: hoje estamos há 98 dias sem acidente com vítima fatal em nossas estradas. Dá um orgulho danado de ser brasileiro... Para onde se vai, é sempre a mesma consciência, o mesmo senso comum de tráfego, a mesma certeza de que ali o trânsito está para servir, do ir e vir do que o de punir quem vai por ele.
De volta a Belo Horizonte, a realidade dura do trânsito agressivo e violento de nossa capital. Homens desafiando carros, carros desafiando homens e a convivência urbana cada vez mais atrofiada, destroçada, e tão pouco cordial. A não educação em nosso trânsito é a negação à cordialidade urbana em nossa cidade, por isso tantos acidentes, tantas vítimas, mortes e tristezas.
O sinal amarelo, que deveria ser um sinal para diminuir a velocidade, aqui é interpretado dentro de nossa equivocada mentalidade de pisar fundo e levar vantagem, colocando em risco a vida de muitos e deixando no rastro um sentimento latente de constante perigo e pavor. Por que isso, optar para o pior quando poderíamos construir uma convivência melhor? Essa consciência urbana, essa conduta cívica, não é algo que seja construído de cima para baixo, mas sim de baixo para cima, quando cada motorista e cada pedestre criar em si a consciência de que um passo seu pode mudar a forma de ser do trânsito de nossa capital. Isso é uma forma de ver a vida, de contribuir para toda uma comunidade.
Sejamos mais cordiais no trânsito, respeitemos mais a sinalização, sejamos mais educados e cuidemos mais de nossas vidas, pois, uma hora somos motoristas, outra, pedestres. Uma hora somos pedestres, noutra, motoristas. E, em cada uma delas, sabemos o que sente um e outro lado. Portanto, tenhamos uma melhor conduta nas ruas e avenidas de nossa cidade, para que quando formos pedestres, os motoristas nos respeitem e quando formos motoristas, respeitemos os pedestres, pois assim, respeitamos nós mesmos, nossos amigos, parentes e nossa cidade.
* Petrônio Souza Gonçalves http://petroniosouzagoncalves.blogspot.com
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