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Oração ao Mundo
*Por Marli Gonçalves Vou fazer uma oração, oração, oração... Às 18 horas, Hora do Ângelus de um dia desses, assim, pensando no Papa, nos jovens e no que vem por aí, foi que comecei a escrever essa prece. Que me desculpem pela falta de jeito com religião que seja uma única, porque sempre fui da fé. Só da fé. E fé varia, junta, agrega, mistura, vive dentro da gente. A oração é a conversa que queremos fazer chegar aos ouvidos de quem detém o destino. Senhor, dito assim, seja quem nos ouve rogar. Divino seja. Mantenha se puder a Paz na Terra para todos os homens, o que nos garantirá a vida até o seu chamado, e não antes disso, abatidos de forma vil em guerras inconfessas. Que os de má vontade não tenham forças para nos fazer arrefecer e desistir. Por um mundo justo, onde a convivência se dará pela alma, e alma não tem cor, raça, armas. Protegei nosso chão, nosso céu, nosso solo, nossas matas. Nossos rios, oceanos e cachoeiras! Que continuem lavando, levando para o fundo de algum lugar bem distante todas as nossas mágoas, todas as nossas dores. Permita que não haja tanta culpa, e nem tanto medo, e que não se represe tanto martírio em lagos, mesmo que formados sejam por tantas lágrimas que vertemos. Pelo Senhor. Por nós e pelos outros. Senhor, protegei nossos pais, nossos filhos, os amigos de nossos filhos. Nossos irmãos e irmãs, inclusive os que assim consideramos, além da carne, além do sangue. Mantenha sobre eles seu manto projetado e que a sombra, se sombra houver, tenha a forma de um anjo, mas se desfaça logo virando nuvem branca em céu azul. Mostre-nos o caminho da firmeza de propósitos, as estradas que chegarão nas realizações, para que não nos percamos em tantos desvios, tantas encruzilhadas. Com sua luz, ilumine as pistas orientando nossos pousos e decolagens, e para que sempre sejamos livres para ir e vir. Ave! Aceite as súplicas que lhe dirigimos todos os dias. Releve as tantas vezes em que descremos de tudo, no desespero de não possuirmos vidência, temperança ou sabedoria. Só aceite esses pedidos. Como uma mensagem, e que esta chegue protegida e trazida pelas ondas, seja numa garrafa, seja em pensamento solitário ou em grito desesperado. Nos ilumine. Clareie os nossos olhos para percebermos os inimigos. Tampe nossos ouvidos para que não ouçamos cantos que nos corrompam. Ensine-nos a farejar e a tatear, aguce nossos sentidos, mesmo que os tenhamos todos, e como se assim não fosse. Guie esses passos. A ti, aceite essa conversa que tentamos fazer chegar aonde não sabemos bem, nem nos é permitido saber. Que essa ladainha toda seja Pelo Senhor. Para o Senhor. Por nós e pelos outros. Misericórdia. Há os que precisam de imagens para venerar, muitos deuses ou um só, símbolo ou amuleto a se apegar e crer. Benza-os como a cruz, lhes dê o Espírito Santo e a força, sejam eles cruzes, sejam pedras ou meros pedaços de pano. Que sejam fortes e mágicos o bastante para nos acompanhar nesse trajeto de ciladas e armadilhas, mesmo que sem velas ou incensos acesos, sem oferendas. Que, Senhor, representem de alguma forma a sua proteção nessa distância que não saberemos qual é até chegarmos ao seu fim. Rogamos que faça surgir sábios no Oriente e Ocidente, como de tempos em tempos nascem os gênios. Só eles poderão salvar e influenciar a Ciência contra a estupidez, a ignorância. Pela cura. Por compaixão e um futuro justo. Que as crianças de todo o mundo parem de ser martirizadas sem nem saber o que é viver; deixem de ser sacrificadas por sua inocência, obrigadas à submissão, seja esta religiosa, sexual, familiar, social ou cultural. Que o progresso seja de todos. E que essa oração seja também pela fauna, pela flora, pelo ar, terra, fogo e água. Pelo Senhor. Para o Senhor. Por nós e pelos outros. Que homens e mulheres, mulheres e homens, e que hoje se misturam entre si porque humanos devem amar humanos, que eles alcancem a Felicidade, talvez o espelho onde realmente encontremos a Vossa Santíssima imagem. A nossa imagem. Amém! Salve, Salve. *Marli Gonçalves é jornalista ...


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