Quando o lucro sai pelo ralo
Edson Victor de Souza (*)
A adoção de práticas sustentáveis está cada vez mais comum entre as empresas, independente do seu porte ou setor. O assunto faz parte de uma agenda mundial repleta de debates sobre os impactos da ação humana no meio ambiente. As companhias podem colaborar muito adotando práticas sustentáveis, não apenas pela necessidade de construir uma imagem mais positiva frente à opinião pública. Hoje, ações sustentáveis também passam pelo viés econômico e podem contribuir para a redução de custos das organizações. Investimento na gestão adequada da água e do esgoto, por exemplo, pode ser considerado supérfluo por uma visão convencional, mas, numa abordagem mais ampla e moderna, essa iniciativa ajudará a empresa a também eliminar custos.
Essa visão tradicional faz com que muitos empresários não percebam que parte do seu lucro vai literalmente pelos ralos da companhia. A saída para o problema está na implantação de uma gestão eficaz dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, que permite reduzir o consumo de água sem comprometer o abastecimento regular da organização. O trabalho deve começar com um bom diagnóstico realizado por uma empresa especializada. Esse levantamento detalhado pode oferecer alternativas que tragam muita economia. São atitudes muitas vezes simples, como trocar torneiras e vasos sanitários com sistemas mais controlados. Outra proposta que vem angariando adeptos é o reuso da água para regar os jardins. Enfim, são alternativas que considerem os aspectos técnico-econômico-ambiental para sua aplicação. Essas propostas estão se tornando cada vez mais comuns no cotidiano das companhias, ao contrário do que ocorria tempos atrás, quando esses investimentos entravam na rubrica de custos. O próprio mercado vem desenvolvendo produtos e sistemas com preços competitivos e acessíveis.
As mudanças devem ser implantadas paulatinamente, a partir de um plano de ações com etapas de curto, médio e longo prazo para as alternativas escolhidas. Um bom manual ou informativo ajuda a angariar a participação e o comprometimento dos colaboradores, que é fundamental para alcançar resultados de sucesso. Uma etapa essencial é monitorar o alcance de metas e resultados alcançados, com inteligência para rever processos caso as metas não sejam alcançadas.
Nossa experiência mostra que empresas que adotam gestão da água e do esgoto conseguem reduzir em média 20% os custos do setor. Por isso, é importante escolher uma organização de grande expertise para elaborar esse plano e o acompanhamento para sua companhia. Além das soluções internas, é possível ainda reduzir os custos com uma análise da tarifa atual junto a concessionárias.
A gestão dos sistemas de água e esgoto deve se tornar um instrumento permanente das organizações. Hoje, o mercado não olha para as empresas apenas como fornecedoras de bons produtos ou serviços. Elas devem ter na sua essência a preocupação com suas relações com a comunidade e o meio ambiente. Afinal, uma companhia ajuda a produzir riqueza, gerar trabalho e contribuir para um mundo mais sustentável para as gerações futuras.
(*) Diretor comercial da Hagaplan.
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