Isaú diz que é inocente
O vereador reeleito Isaú Raimundo da Fonseca (PTB), que teve seu registro de candidatura cassado pela Juíza Eleitoral, Ana Valéria Santiago Zipparro, concedeu ontem (30) entrevista coletiva a imprensa e afirmou que é inocente das acusações e que durante toda sua campanha não houve nenhuma ação dele que caracterizasse abuso de poder econômico e que se ele recebeu votos por causa do Programa Social Pavimentação para Todos é porquê a população soube reconhecer que o projeto de autoria dele foi benéfico para a sociedade.
?Não existe a caracterização de abuso de poder econômico, não faço parte do Poder Executivo, logo não executei as obras de bloqueteamento. O projeto é de minha autoria e, isso eu fiz questão de divulgar. Não concordo com essa decisão da Justiça Eleitoral e estou recorrendo no Tribunal Regional Eleitoral. Estão me condenado por ter trabalhado em benefício da população. Isto eu não vou aceitar!?, exclamou.
O atual presidente do Poder Legislativo afirmou ainda que realizou mais de 300 reuniões com moradores durante a campanha e sempre ressaltou o trabalho que ele desenvolveu, mas que em nenhum momento pediu votos se utilizando do programa de bloqueteamento. ?Sempre que me perguntaram sobre o programa eu respondia que o projeto de lei era sim de minha autoria, mas não atribuía a execução das obras à minha pessoa. Trabalhei durante três anos e meio para ser reeleito e tive vários projetos aprovados, agora querem resumir meu trabalho a um único projeto. Não está sendo feito justiça com essa decisão?, reafirmou.
O vereador esclareceu ainda que a Policia Federal esteve monitorando suas reuniões e sua vida pública motivada por denúncias, segundo ele, infundadas. Isaú ressaltou que a Policia Federal acompanhou várias reuniões com moradores e investigou a informação de que ele teria uma empresa de fabricação de bloquetes e funcionários contratados por ele trabalhando no projeto. ?Nada disso foi comprovado, porque isso nunca existiu, nunca aconteceu?, disse de forma categórica.
O atual presidente encerrou a entrevista afirmando que irá provar sua inocência e que será diplomado e assumirá seus dois novos mandatos: o de vereador e o de presidente da Câmara.
[I][B]Advogados entram hoje com recurso[/B]
Os advogados de defesa de Isaú Fonseca entraram hoje (31) no TRE-RO, em Porto Velho, com o recurso contrário a decisão da 30ª Zona Eleitora de Ji-Paraná que determinou a cassação do registro de candidatura, interrupção dos direitos políticos por três anos e multa de 50 mil Ufirs ao vereador reeleito.
A decisão da Juíza Ana Valeria Santiago Zipparro foi divulgada na última terça-feira, quando a magistrada julgou procedente o pedido da ação de investigação eleitoral contra Isaú Fonseca, conceituando estar caracterizado o abuso do poder econômico/político e a prática de conduta vedada a agente público.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral foi apresentada pelo Ministério Público Eleitoral em desfavor de Isaú, alegando que o vereador usou em benefício próprio o programa ?Pavimentação para Todos?, criado através de Projeto de Lei de autoria dele.
A publicidade e execução do projeto foram apresentadas de forma diferente da que a prevista em lei, pois o vereador passou a utilizar-se publicamente do projeto, atribuindo a si a iniciativa e a responsabilidade de execução.
Entendeu o Ministério Público que a associação direta do nome do candidato à reeleição ao projeto de ?bloqueteamento? fez com que os demais candidatos ficassem em desvantagem, considerando o poder de atração que a promessa de melhoria das vias de Ji-Paraná exerce sobre o eleitorado, principalmente, por vincular a continuidade do projeto à sua recondução à Câmara Municipal.
A magistrada ainda determinou o encaminhamento de cópias dos autos ao Ministério Público para apurar eventual improbidade administrativa. Requisitou, também, a instauração de procedimento por falso testemunho prestado em Juízo por Daniel Gottado Falqueto e Francisco Souza Soares. A juíza ainda ressaltou na sentença que todos os argumentos trazidos à apuração no processo foram baseados em elementos e provas decorrentes de denúncias de populares através do Disque Eleição 148 do TRE-RO.[/I]
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