Floricultura é incentivada em Ji-Paraná
Quando se pensa em flores nos vem à mente o romantismo dos eternos apaixonados, a beleza que a natureza nos proporciona ou a suavidade de mãos delicadas trabalhando a terra. Pensando assim, quantos não gostariam de trabalhar com flores? Mas nem tudo é um ?mar de rosas?. O cultivo de flores requer muito mais cuidados do que se imagina, mas pode ser uma alternativa rentável para o floricultor.
Para consolidar essa alternativa e buscar novos mercados de consumo com aproveitamento de espécies nativas da Amazônia, a Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater) está investindo conhecimento técnico no setor. Primeiro, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) através do convênio firmado com o Programa Nacional para Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf), a Emater viabilizou cursos com enfoques ao cultivo de espécies originarias da Amazônia e Mata Atlântica, como helicônias, gengibres ornamentais e alpineas. Numa segunda etapa, em parceria com o Sebrae, estão sendo ensinadas técnicas que vão desde o manejo correto da cultura até comercialização e criatividade em arranjos ornamentais.
Em Ji-Paraná, a cooperativa dos produtores de flores tropicais, Amazônia em Flores, é um dos segmentos que mais vem investindo na floricultura como uma atividade economicamente viável. A cooperativa foi criada em 2004 e conta com 33 cooperados interessados na atividade. Para eles a região apresenta condições favoráveis e o retorno do investimento aplicado é rápido. Entretanto além da comercialização do produto esbarrar na falta de estrutura adequada para venda, um dos maiores entraves está na legislação fitossanitária, que restringe a comercialização para outros estados, ?por entender que as helicônias são suscetíveis à sigatoka negra (praga destrutiva da bananeira), dificultando, dessa forma o escoamento da produção?, diz a engenheira agrônoma da Emater, Renata Vilas Boas. Hoje, o floricultor vende seu produto diretamente da propriedade ou nas três feiras livres na região, porém ?o mercado não é segmentado, compram no mesmo ambiente o profissional, o dono da floricultura e o consumidor final?, diz a agrônoma.
A proposta de trabalho da Emater consiste em criar bases para a construção de um banco de dados sobre flores tropicais, promover pesquisas na área e criar um programa de apoio à pesquisa e á produção de mudas certificadas de qualidade. Soma-se a isso uma conscientização do produtor para iniciar um gerenciamento dos custos de produção e verificar a viabilidade de cada um na atividade.
Esse trabalho já vem sendo feito com floricultores de Ji-Paraná, Nova Colina e Nova Londrina. ?Por ser considerado uma região que está iniciando a produção de flores tropicais, já no levantamento preliminar foi possível perceber não apenas a carência de dados a respeito da produção, pós-colheita e comercialização, mas também, e com igual ênfase, a presença de sobreposição de esforços em algumas áreas e a pouca atenção destinada a outras?, diz Vilas Boas. A pesquisa de campo realizada pela Emater revelou ainda que a produção florística, antes concentrada apenas nas plantas ornamentais e jardins, está se expandido em direção às flores tropicais. ?Isso se dá em virtude das vantagens de durabilidade e versatilidade de uso, como por exemplo, a jardinagem?, diz.
FUTURO - A perspectiva para o mercado de flores é que ele cresça cada vez mais, mas para isso é preciso ressaltar que, embora a tecnologia disponível para esse segmento possa ser considerada satisfatória, há bastante espaço para melhoria em infra-estrutura interna das propriedades e aprimoramento da mão-de-obra ligada, diretamente, à produção. No que tange ao gerenciamento dos custos de produção, a maioria das propriedades é desprovida de controles de custos. Esse fator, muitas vezes desconsiderado em sua relevância, é decisivo na melhoria da eficiência e competitividade e deve merecer mais atenção por parte dos empresários rurais.
A Emater e o Sebrae estão orientando os Floricultores na busca de melhoria da qualidade de seus produtos, contudo, ainda falta para o setor em geral, uma estratégia de marketing clara e objetiva de forma a sensibilizar e induzir o consumidor a comprar mais flores. Dessa forma a floricultura tem tudo para se consolidar como uma alternativa rentável e de grande futuro na economia de Rondônia.
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