Ministro diz que cheia é o maior desastre natural da Amazônia
O ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, reconheceu, nesta terça-feira (25), em Porto Velho, que a cheia do Rio Madeira é o maior desastre natural da Amazônia. ?Trago esta notícia avalisada pelos técnicos do governo. Realmente, vejo um cenário bastante crítico?, disse o ministro, que fez o segundo sobrevoo nas regiões alagadas em menos de duas semanas. O nível do Rio Madeira atingia, no final desta terça, uma cota que as autoridades chamaram de ?alarmante?: 18,49 metros, um aumento de 3 centímetros em menos de quatro horas. O ministro deixou ordens ao Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) e Forças Armadas: ?Não pode haver colapso no abastecimento ao Acre?.
Desde que a marca histórica de 17,52 metros foi ultrapassada, mais de 1,8 mil famílias já foram retiradas de suas casas em quatro cidades com situação de emergência decretada (Porto Velho, Guajará Mirim, Santa Luzia e Rolim de Moura) e em 14 distritos da capital de Rondônia, informou o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Lioberto Ubirajara Caetano. ?Há previsões de crescimento nesses números. Temos equipes removendo outras duas mil famílias nas regiões do Médio e Baixo Madeira, onde há comércios, casas e vias públicas interditados?, afirmou coronel Gilvander Gregório, diretor de Comunicação do Corpo de Bombeiros.
COMBUSTÍVEL - O governador Confúcio Moura confirmou que Porto Velho opera com apenas 20% da capacidade de abastecimento de combustíveis. Os caminhões já não chegam às bases, nem mesmo as balsas conseguem atracar. ?Nós tememos que haja uma tragédia ambiental de proporções inimagináveis se esse combustível, que está sob as águas, chegar a vazar?, alertou o governador. Confúcio informou a interdição total do Porto Público Organizado. O local já havia rejeitado o descarregamento e embarque de cargas gerais e, nesta terça-feira, fechou para o recebimento de soja ? produto que mais impulsiona a economia de Rondônia. ?Pedimos que Mato Grosso não remeta mais suas cargas para cá. Certamente, haverá um golpe profundo na economia dos dois estados?, afirmou o governador. Os gastos com a aquisição de alimentos, remédios, colchões, água potável e outras necessidades foram calculados em R$ 11,5 milhões, disse o comandante do CB.
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