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A intransigência
*Por Maria Regina Canhos Conheço alguém que está passando por momentos muito difíceis devido à intransigência do próximo. A intransigência é característica de pessoas intolerantes; que não aceitam opiniões ou posturas diferentes das suas. Para se aceitar opiniões ou posturas diferentes das nossas é imprescindível que exista respeito entre os indivíduos. A pessoa intransigente simplesmente não se importa com a opinião do outro. Leva em conta apenas a sua. Seu desejo é visto como o mais acertado, o correto; e não existe consideração com a apreciação alheia. Pessoas intransigentes não aceitam ser contrariadas. Exigem atenção e forçam situações enviesando-as para seu ponto de vista. Ignoram as necessidades e anseios daqueles que as cercam, como se a única coisa que realmente importasse fosse a satisfação imediata de seus desejos e propósitos egoístas. É realmente complicado conviver com pessoas intransigentes. Elas podem maquiar seu nível de exigência por anos e anos, tiranizando alguns à sua volta sem que outros percebam. A tirania só vem à tona quando essas pessoas são contrariadas. Nesse caso fazem de tudo para se mostrarem certas em suas razões e forçam os demais a lhes dar razão, ora se fazendo de vítimas ora protagonizando o papel de algozes. Quem teve a oportunidade de conviver com alguém intransigente sabe bem a que estou me referindo, pois existe apenas um lado certo, o dele. Você nunca vai ter razão. Você simplesmente está equivocado, iludido, enganado... Precisa rever sua postura e perceber que o intransigente está certo. Enquanto concorda em fazer isso, tudo vai bem. Contudo, no dia em que resolver manter sua opinião, prepare-se para uma batalha cruel. O intransigente não se importa em jogar as ?cacas? no ventilador, desde que isso lhe assegure a ?vitória?. Vale tudo. Mentir, chantagear, humilhar, ferir, forjar situações, induzir a erro, fazer-se de vítima, usar pessoas indefesas, implantar falsas memórias... A lista é extensa e se presta a atingir seus objetivos egoístas na melhor versão de ?os fins justificam os meios?, exercício de puro maquiavelismo. Muitas pessoas são ludibriadas sem dúvida. Enganam-se diante das armações do intransigente e são levadas a pensar que o mesmo tem razão. Apiedam-se dele, julgando se tratar de alguém que muito sofre, ignorando a pesada artilharia que ele destina ao seu alvo. Só o tempo vai mostrar quem é quem. Por isso, tome cuidado para não apedrejar a pessoa errada se você tem o costume de se arvorar juiz alheio. Aconselho cautela e prudência, principalmente se só tem conhecimento da versão de um dos lados. A maioria tem o costume de agigantar seus direitos e qualidades enquanto mingua seus deveres e defeitos. Em última instância, a razão pode assistir aos dois lados sim, mas é preciso respeito para não impor a própria verdade a quem já tem a sua. Sejamos cautelosos diante da intransigência, porque o mundo tem espaço para diferentes opiniões e conceitos. Maria Regina Canhos é escritora. ...


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