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A nova Igreja de Francisco
*Por Mario Eugenio Saturno No Evangelii Gaudium, o Papa Francisco surpreende com sua visão de Igreja, diz que o Concílio Vaticano II apresentou a conversão eclesial como a abertura a uma reforma permanente de si mesma por fidelidade a Jesus Cristo. Como instituição humana e terrena, a Igreja necessita perpetuamente desta reforma. Sem vida nova e espírito evangélico autêntico, sem fidelidade da Igreja à própria vocação, toda e qualquer nova estrutura se corrompe em pouco tempo (§26). Cada Igreja particular, sob a guia do seu Bispo, está também chamada à conversão missionária. Ela é o sujeito primário da evangelização e nela está verdadeiramente presente e opera a Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica. É a Igreja encarnada num espaço concreto, dotada de todos os meios de salvação dados por Cristo, mas com um rosto local. Para que este impulso missionário seja cada vez mais intenso, generoso e fecundo, exorto também cada uma das Igrejas particulares a entrar decididamente num processo de discernimento, purificação e reforma (§30). O Bispo deve favorecer sempre a comunhão missionária na sua Igreja diocesana, seguindo o ideal das primeiras comunidades cristãs, em que os crentes tinham um só coração e uma só alma (cf. At 4, 32). Para isso, às vezes por-se-á à frente para indicar a estrada e sustentar a esperança do povo, outras vezes manter-se-á simplesmente no meio de todos com a sua proximidade simples e misericordiosa e, em certas circunstâncias, deverá caminhar atrás do povo, para ajudar aqueles que se atrasaram e sobretudo porque o próprio rebanho possui o olfato para encontrar novas estradas. Deverá estimular e procurar o amadurecimento dos organismos de participação com o desejo de ouvir a todos, e não apenas alguns sempre prontos a lisonjeá-lo, chegar a todos (§31). Dado que sou chamado a viver aquilo que peço aos outros, devo pensar também numa conversão do papado. Compete-me, como Bispo de Roma, permanecer aberto às sugestões tendentes a um exercício do meu ministério que o torne mais fiel ao significado que Jesus Cristo pretendeu dar-lhe e às necessidades atuais da evangelização. Uma centralização excessiva, em vez de ajudar, complica a vida da Igreja e a sua dinâmica missionária (§32). A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. Um dos sinais concretos desta abertura é ter, por todo o lado, igrejas com as portas abertas. Assim, se alguém quiser seguir uma moção do Espírito e se aproximar à procura de Deus, não esbarrará com a frieza duma porta fechada. Mas há outras portas que também não se devem fechar: todos podem participar de alguma forma na vida eclesial, todos podem fazer parte da comunidade, e nem sequer as portas dos sacramentos se deveriam fechar por uma razão qualquer. Isto vale sobretudo quando se trata daquele sacramento que é a ?porta?: o Batismo. A Eucaristia não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos. Muitas vezes agimos como controladores da graça e não como facilitadores. Mas a Igreja não é uma alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida fadigosa (§47). E, no Brasil, poderíamos acrescentar às palavras do Papa, que há muitas igrejas sem uma placa indicando o nome, passamos por tantas e perdemos a oportunidade de invocar o santo que a igreja foi dedicada. *Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano. ...


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