Ave, cheia de graça!
*Por Monsenhor Jonas Abib
Nós precisamos da presença de Maria em nossas vidas, daquela que é a mãe do Senhor. Está tudo na Palavra de Deus: ?Quando Isabel estava no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus à cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem (?) chamada Maria? (Lc 1,26-27).
A escolha foi de Deus e não de Maria, para integrá-la a seu projeto, Ele enviou um de seus anjos, para anunciar o seu desígnio. Ela mesma vai dizer no seu cântico: ?a minha alma engrandece o Senhor, o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque Ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz, porque o Poderoso fez para mim coisas grandiosas". (Lc 1,47-49).
O Senhor quis realizar maravilhas nela! Quem tem o direito de alterar aquilo que Deus quis fazer? Um artista deseja fazer uma obra-prima de barro. Para isto, molda-o da forma que quer. Deus quis moldar esse ?barro?: Maria. Ela também é barro, como nós, de carne, o que em nada diminui sua honra e força. Mas Deus quis fazer maravilhas nela. E Maria não glorificou a si mesma, mas o chamou: meu Salvador.
O anjo disse a ela: Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo. Na hora ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar no significado daquela saudação, pois era israelita e conhecia bem as Sagradas Escrituras, o termo ?cheia de graça? tinha peso.
E ninguém nunca havia saudado-a assim. Por isso, quando o anjo a chama ?cheia de graça?, ela se espanta. É como dissesse: Não pode ser. Eu, cheia de graça? E o anjo a chamou diretamente: Ave, cheia de graça. O que isto queria dizer? Todo o Amor de Deus, toda a sua bondade e benevolência, toda graça, tudo foi canalizado para ela.
Por isso, precisamos estar ao lado de Maria na luta contra o dragão. Para sermos protegidos do ataque dele, precisamos estar com ela, debaixo do seu manto. Mais ainda, precisamos estar no seu ventre, como Jesus. Bem debaixo do seu coração. É ela quem vai esmagar a cabeça da serpente. É ela quem vai vencer! Portanto, não é apenas uma devoção, não é uma coisa poética, é uma questão de salvação.
*Monsenhor Jonas Abib é Fundador da Comunidade Canção Nova e presidente de honra da Fundação João Paulo II, mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação, em Cachoeira Paulista (SP).
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