1º de maio: alerta contra a perda de audição no trabalho
* Por Isabela Pereira Gomes
A perda auditiva gera muitos impactos na vida de um indivíduo. Além da difícil comunicação com os familiares e amigos e um possível isolamento da vida em sociedade, o aspecto econômico também preocupa. A surdez pode trazer consequências diversas, entre elas a dificuldade de encontrar emprego em igualdade de condições com quem tem uma audição normal.
Atividades desenvolvidas no próprio trabalho são, muitas vezes, as maiores causas da perda auditiva. Buzinas, britadeiras, furadeiras, música alta, entre outros itens comuns em nosso dia a dia, aliados ao pouco ou nenhum conhecimento das normas de trabalho e o descaso com o uso de equipamentos de segurança estão entre as principais causas da surdez ocupacional.
A perda auditiva decorrente da exposição prolongada a sons elevados no ambiente de trabalho é mais comum entre os trabalhadores da construção civil, de indústrias e entre aqueles que atuam no trânsito e no transporte público, em razão do barulho dos motores dos ônibus, sem falar das motos e dos caminhões. A perda auditiva pode se agravar ao longo dos anos. Mesmo assim, não tem merecido das autoridades e dos empresários a mesma atenção que os acidentes de trabalho.
Operadores de britadeira, trabalhadores de gráficas e de telemarketing, músicos, DJs, operadores de áudio em emissoras de rádio, operários de fábrica, guardas de trânsito, motoristas de ônibus, motoboys, funcionários que atuam nas pistas de aeroportos, entre muitos outros, estão expostos a ruídos intensos. Mas é possível prevenir a perda auditiva e outros problemas de saúde com o uso do protetor auricular que, em muitos casos, acaba sendo um acessório inseparável.
Nós não imaginamos, mas em um ambiente normal de trabalho, como um escritório, o som pode chegar a até 70, 80 decibéis. A exposição continuada a sons acima de 85 decibéis pode levar à perda auditiva definitiva. Tanto que, para algumas atividades profissionais, a legislação determina a utilização de EPI (Equipamento de Proteção Individual). Acima de 120 decibéis (som de uma explosão, por exemplo) o barulho pode ocasionar trauma acústico. Trabalhadores de indústrias, por exemplo, têm que ser submetidos a exames de audiometria de seis em seis meses e, quando constatada alguma lesão, devem se afastar daquela função. Já os músicos que trabalham com shows apresentam danos auditivos com certa frequência, já que o sistema de som costuma ter mais de 130 decibéis.
Muitas pessoas recorrem ao uso de aparelhos auditivos devido a problemas para ouvir decorrentes da profissão que exercem. Recebemos, inclusive, pessoas que trabalham com música e que já possuem perda auditiva, e também aquelas que procuram alguma solução para prevenir um possível dano. Os jovens, que já há algum tempo costumam ouvir música por meio de fones de ouvido, também devem tomar cuidado. De acordo com a sucetibilidade de cada um e do volume do som, podem ter perda de audição no médio e longo prazo. Com isso, na hora de procurarem emprego, devem estar atentos a possíveis problemas auditivos.
Para os trabalhadores expostos a ruído, recomendo o uso frequente de protetores auriculares, que reduzem o volume ambiente excessivo, propiciando uma audição mais confortável. Os protetores da Telex, por exemplo, são feitos em acrílico e moldados de acordo com a anatomia do ouvido de cada pessoa. São de dois tipos e diminuem o barulho ambiente em até 25 decibéis. De acordo com a Organização Mundial de Saúde ( OMS), cerca de 360 milhões de pessoas no mundo têm perda de audição.
* Isabela Pereira Gomes é fonoaudióloga e gerente de produtos da Telex Soluções Auditivas.
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