Veterinários aprendem a diagnosticar doenças
(Assessoria) Veterinários de diferentes partes de Rondônia e do Brasil concluíram (28), na Embrapa de Porto Velho uma capacitação para o diagnóstico, controle e erradicação de brucelose e tuberculose em bovinos e bubalinos, duas enfermidades consideradas críticas pela possibilidade de transmissão para seres humanos.
O curso é uma das ações do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PNCEBT), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Os profissionais aprovados no curso estarão habilitados para fazer vacinação, diagnóstico e certificação de propriedades livres das doenças. O curso é divido em aulas teóricas e práticas. Desde segunda-feira (24), os veterinários recebem noções teóricas a respeito das doenças e detalhes da legislação e dos padrões de sanidade exigidos pelos órgãos fiscalizadores. As aulas práticas permitiram a aplicação das técnicas de diagnóstico e prevenção. A Embrapa Rondônia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é a única instituição da Região Norte credenciada para oferecer o curso. De acordo com o Ministério, o estado de Rondônia foi o pioneiro no processo de certificação do PNCEBT no Brasil, ao certificar a primeira propriedade livre dessas doenças no País.
DOENÇAS - Responsável pela capacitação em diagnóstico de tuberculose, o pesquisador Francelino Goulart, médico veterinário do Laboratório de Sanidade Animal da Embrapa Rondônia, explica que a doença é facilmente transmitida aos seres humanos por vias respiratórias. Criadores que têm contato com a tosse do animal acabam respirando as bactérias e contraindo a tuberculose. ?90% do contágio ocorre dessa maneira, é uma questão de saúde pública?, afirma o pesquisador, a respeito do controle da zoonose. A brucelose é transmissível pela ingestão de produtos de origem animal, tais como leite in natura e derivados. A doença ainda pode ser contraída pelo contato com restos placentários e do feto abortado. No ser humano, os sintomas são inespecíficos e de duração variável, podendo ocorrer febre, suores noturnos, calafrios, dor de cabeça, dores nas articulações e perda do apetite. Nos casos mais graves, ocorre inflamação dos testículos, orquite e comprometimento dos rins, do coração e do fígado. A doença pode durar meses ou mesmo anos. Mesmo não sendo agudamente fatal, prejudica cronicamente a saúde do infectado.
Para os animais, a brucelose acarreta aborto no terço final da gestação, levando à perda do bezerro e, consequentemente, à diminuição na produção leiteira. Existe tratamento preventivo via vacinação de fêmeas jovens, entre três e oito meses de vida.
CURSOS - Luana Meira é médica veterinária do Emater-RO e trabalha em Presidente Médici. Participante do curso, ela destaca a importância da ênfase nos métodos e normas exigidos pela fiscalização. ?A gente pratica algumas dessas técnicas na Faculdade, a grande diferença é que o curso está voltado para o programa do Ministério?, afirma a veterinária. Em todas as regiões do País o curso segue o modelo estabelecido pelo MAPA.
Além da brucelose e da tuberculose, o curso também aborda doenças espongiformes nervosas, como o Mal da Vaca Louca (Encefalopatia Espongiforme Transmissível). Na manhã de sexta-feira, a partir das 8h, os alunos terão noções práticas de como retirar amostras da cabeça dos animais doentes para a realização dos exames.
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