Palavras
*Por Maria Regina Canhos
O falar movimenta energia positiva ou negativa. É semelhante a uma pedra lançada que, independente do seu propósito, não volta atrás. A Bíblia está cheia de admoestações em relação ao uso das palavras. Em Mateus 15.11 lemos que ?o que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca?. Devemos, pois, prestar atenção ao que falamos para não nos arrepender devido ao mal que possamos vir a causar.
Um exemplo terrível da força negativa da palavra pode ser encontrado no segundo livro de Samuel, em seu capítulo 13. Possuído de desejo por Tamar, Amom segue o conselho de Jonadabe (versículo 5) que, com pouco mais de quarenta palavras, deu causa a uma série de males, a saber: estupro, incesto, repulsa, angústia, sofrimento, ódio, fraticídio, boato, depressão, perseguição, traição, desespero, humilhação, fúria).
Nem sempre imaginamos o poder de nossas palavras e o dano que podem causar na vida de outrem. A fofoca causa grandes estragos que quase nunca podem ser reparados com um pedido de desculpas. Sabemos que muitas pessoas reservam grande parte de seu tempo para falar o que não convém (1Tm 5.13). Isso sem mencionar os caluniadores e mentirosos, a quem o Senhor se refere em Salmos 59.12: ?Pelo pecado da sua boca e pelas palavras dos seus lábios, fiquem presos na sua soberba, e pelas maldições e pelas mentiras que falam.?
Palavras há, no entanto, que dão esperança, consolam, motivam, estimulam, edificam. Em Habacuque, capítulo 3, versículos17 e 18 está escrito: ?ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas: todavia, eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.? Em Jó 11.18 podemos ler: ?E terás confiança, porque haverá esperança; olharás em volta e repousarás seguro.?
Não devemos ser impulsivos; precisamos falar pouco. No capítulo 5 de Eclesiastes, em seu versículo 2, está escrito: ?Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; pelo que sejam poucas as tuas palavras.?
Também precisamos ser claros ao falar, conforme I Cor 14.8-9, ?Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis como que falando ao ar.?
Nossas palavras não devem ser de baixo-calão; precisam se prestar à edificação das pessoas: ?Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem? (Ef 4.29).
Quando se trata de palavras, no entanto, talvez mais importante que dizê-las seja ouvi-las. Em Mateus 7.24 lemos: ?Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha?. E não só devemos ouvir, contudo igualmente as praticar: ?Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa? (Lc 6.49). ?Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça? (Mc 7.16).
* Texto escrito com o auxílio de meu esposo, Pr. Missionário André Luiz Aparecido dos Santos.
*Maria Regina Canhos é escritora....