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ENEM x ENADE
*Por Adilson Luiz Gonçalves O Exame Nacional de Cursos, ?Provão? foi criado em 1996 para avaliar as Instituições de Ensino Superior. Na época, ele foi criticado não por sua pertinência, mas por ter sido implantado no final do ciclo de formação acadêmica, antes que o Ensino Médio fosse avaliado, o que passou a ocorrer em 1998, com a criação do Enem. O Enade ? Exame Nacional de Desempenho de Estudantes substituiu o ?Provão?, em 2008, trazendo mudanças como a avaliação discente em duas fases: alunos entrantes e concluintes. Essa avaliação externa é importante para as Instituições de Ensino Superior, pois, somada aos mecanismos de autoavaliação, permite reflexões e ações estratégias. Isso sem falar em aspectos de marketing. No entanto, a aplicação de mantenedores e docentes para prover instalações adequadas e aprimorar processos pedagógicos nem sempre encontra eco nos avaliados, pois, embora prestar o Enade seja obrigatório aos alunos convocados, sua nota será mantida sob sigilo, garantido por lei. Assim, basta o aluno registrar sua presença para ter direito ao diploma. E não falta quem incentive, até de forma organizada, ao boicote do Enade, por múltiplos motivos. Essa falta de compromisso de parte do alunado, e seus reflexos sobre a avaliação das instituições de ensino, fazem com que estas promovam conscientização sobre a importância de um bom desempenho no exame. No entanto, vários alunos, após anos de estudo e trabalho, têm pouco interesse nessa avaliação. No caso do Enem, a situação era idêntica, agravada pela compreensível falta de maturidade da faixa etária. Essa condição só foi alterada em 2009, quando o Ministério da Educação criou o Sisu ? Sistema de Seleção Unificada, que guindou o Enem ao status de vestibular de acesso a universidades federais. O sucesso foi imediato! Tanto que outras instituições, públicas e particulares, também o adotaram. A motivação foi criada de forma simples e objetiva, embora não necessariamente inovadora, posto que esse modelo é tradicional em outros países, como é o caso da França, com seu ?Baccalauréat?. Mesmo assim, esse expediente não contribuiu necessariamente para a melhoria de qualidade dos Ensinos Médio e Fundamental. Prova disso é o sistema de cotas para universidades, que estipula critérios tão discriminadores quanto as discriminações que tenciona compensar, colocando o mérito em segundo plano ou não dando condições adequadas para o pleno desenvolvimento de potencialidades. Mas essa é outra questão. A pergunta, no caso do Enade, é: Como motivar os convocados a fazerem mais do que registrar presença e entregar a prova em branco, por preguiça, saturação ou protesto? Bem, salvo engano, a maioria dos egressos de cursos superiores quer entrar no mercado de trabalho e/ou prosseguir sua formação profissional ou acadêmica. Já as empresas buscam melhores quadros, e as universidades, pesquisadores. Então, porque não vincular o preenchimento de cargos iniciais de empresas públicas e particulares ao desempenho no Enade? Porque não preencher vagas de pós-graduação de universidades públicas da mesma forma? Um banco de dados de vagas poderia ser criado nos moldes do Sisu, de forma que os melhores classificados em suas especialidades tivessem acesso imediato ao mercado de trabalho, ou, ao menos, acesso mais rápido a processos seletivos. Seria bom para todos os envolvidos. Caso ninguém ainda tenha pensado nisso, fica lançada a ideia.   *Adilson Luiz Gonçalves é escritor, engenheiro e Professor Universitário (UNISANTA). ...


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