Correio Popular Notícia




O mais simples presente de Natal
(Samira Lima e Mari Camata) Faltam apenas 12 dias para o Natal e, contrariando todo o espírito de festa e confraternização que toma conta de todas as famílias nesta época do ano, a trabalhadora braçal Beatriz Pereira Gonçalves, 30 anos, chora, e comovida pede como simples presente de Natal, algo que é a rotina na maioria das casas: passar o dia 25 de dezembro junto de seus filhos. Beatriz, uma mulher castigada pela vida e trabalhadora desde criança, é mãe de seis crianças. J.P.G, 9 anos, L.P.G, 8, M.P.G, 5, V.P.G, 4, J.H.P.G, 3 e L.P.G, de 9 meses, são frutos de um casamento que durou 13 anos e que, triste e melancolicamente, acabou recentemente. Trabalhando arduamente, seja capinando quintais ou como faxineira em casas de família, o que lhe confere uma renda mensal em torno de 415 reais, é como ela consegue pagar o aluguel de sua pequena casa e a alimentação de sua família. Com muitas lágrimas nos olhos, Beatriz contou que os seus três filhos mais velhos foram tirados de sua casa e estão no Centro de Apoio Integral à Família (Caif) há cerca de um ano. Segundo ela, alguém a denunciou ao Conselho Tutelar, alegando que sua casa não oferecia condições favoráveis para o desenvolvimento saudável das crianças. ?Minha casa era muito pobre e não tinha banheiro. Eles disseram que eu deveria dar melhores condições aos meus filhos, arrumar um emprego fixo e melhorar a minha casa para que eles pudessem a viver lá?, relatou. Quando perdeu a guarda das crianças, Beatriz estava grávida de L.P.G. Na tentativa de reaver a tutela de seus três filhos, Beatriz alugou uma nova casa. ?Essa tinha água, mas ainda não era suficiente?. Por causa disso, Beatriz voltou para sua antiga moradia, onde paga um preço mais baixo no aluguel, mas continua só com o seu bebê, que ainda mama no peito. Outro de seus filhos, J.H.P.G, que nasceu com problemas de saúde, foi adotado por uma amiga de Beatriz, que tinha melhores condições financeiras para criá-lo. Quando perguntada sobre o que ela acha do Natal, ela chora, e diz que o Natal do ano passado foi um dos piores momentos da sua vida. ?E que eles disseram que eu poderia passar o dia de Natal com os meus filhos, mas a juíza não deixou?, soluça. ?O Natal é o dia mais difícil, pois eu já não tenho mais parentes vivos, só tenho meus filhos, mas nem posso ficar com eles?, lamenta. MUDANÇAS ? Mãe amorosa e trabalhadora, apesar da extrema miséria e pobreza em que vive, ela está fazendo de tudo para reconquistar a guarda de seus filhos, e explicou que já conseguiu, com o fruto do seu trabalho e alguma ajuda, a promover melhoras em sua casinha. ?Já consegui ter luz e água em casa e já construí também um banheiro.?, afirmou. Beatriz diz que o seu sonho e poder ter os seus filhos novamente em casa, porém, segundo ela, até hoje, o pessoal do Conselho Tutelar ainda não voltou à sua residência para avaliar se o seu domicílio já pode acomodar novamente as quatro crianças. PEDIDO DE NATAL ? Beatriz conta que quando seu filho caçula nasceu, logo depois de sair do hospital, ela arrumou coragem e o levou para que os irmãozinhos pudessem conhecê-lo. Para todos foi um momento de alegria, mas para ela, só foi de choro e de tristeza. Ela disse que as visitas às crianças acontecem todas as quintas-feiras pela manhã, que os seus filhos sempre choram muito e pedem para voltar para casa com ela. Sobre o Natal, ela ainda nem sabe como é que será, mas confessa que se pudesse fazer um pedido, o único presente que ela iria querer é poder passar o Natal junto de seus pequenos, como uma família comum. ?As pessoas podem até nem saber o como é importante estar junto com a sua família, mas para mim, se não passar essa data com eles, o Natal não tem sentido nenhum. Tudo o que tenho nesta são os meus filhos e dói muito ficar sem eles?, finalizou. ...


Compartilhe com seus amigos:
 




www.correiopopular.com.br
é uma publicação pertencente à EMPRESA JORNALÍSTICA CP DE RONDÔNIA LTDA
2016 - Todos os direitos reservados
Contatos: redacao@correiopopular.net - comercial@correiopopular.com.br - cpredacao@uol.com.br
Telefone: 69-3421-6853.