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EDUCAÇÃO
Índios de várias etnias de Rondônia participaram do Projeto Açaí

Data da notícia: 2015-01-14 12:12:00
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(Da Redação) Índios de várias etnias de Rondônia participaram na última segunda-feira (12) da abertura do curso normal para professores em áreas indígenas ? Projeto Açaí III ? no Hotel Minuano em Presidente Médici, interior do Estado. O objetivo é formar os próprios indígenas para assumirem o ensino fundamental nas aldeias da região. A abertura contou com a presença da secretária de Educação, Fátima Gavioli.
O projeto Açaí é uma iniciativa do Governo, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), e visa proporcionar aos indígenas a formação em magistério para atuação intercultural e histórica na própria etnia. Anderson Suruí, coordenador da Organização dos Professores Indígenas de Rondônia (Opiron), classificou o projeto como importante caminho para novas conquistas dos povos indígena.
?Este curso vai tirar um tempo de vocês na comunidade. Vocês vão deixar de aprender a construir maloca e conhecer a floresta, por exemplo. Mas aproveitem esse tempo nos estudos porque assim aderimos a este novo mundo para o ser humano: a educação?, disse Suruí.
Ele afirmou ainda que a missão é formar líderes. Em discurso, Fátima Gavioli observou que se pretende com o ensino indígena em Rondônia equiparar o nível de ensino nas aldeias com o oferecido nas escolas na cidade recebem. Para isso uma das primeiras ações será a de climatização também das salas de aula das escolas indígenas.
O ensino médio é outro benefício que o governo Confúcio Moura pretende expandir para as aldeias. ?Já estamos estudando as viabilidades e a maneira como vamos implantar o ensino médio nas escolas instaladas nas florestas?, disse a secretária.

Comprometimento
O secretário-executivo regional de Ji-Paraná, Romildo Pereira, representante do chefe da Casa Civil, Emerson Castro, disse que o Governo é comprometido com a educação, e citou a construção das escolas indígenas em vários municípios e destacou a praticidade do projeto Açaí. ?É mais fácil capacitar o indígena para assumir as salas de aula do que levar o professor branco para lecionar nas aldeias, enfatizou.
Para o representante do Ministério Público Federal, procurador Daniel Luiz Dalberto, de Guajará Mirim, o projeto Açaí tem a formatação desejada e se sentia honrado em ver acontecer este curso. É o aproveitamento da cultura milenar dos indígenas unido ao avanço tecnológico e do desenvolvimento das habilidades educativas praticadas pelo governo?, afirmou Dalberto.
Aos 21 anos Edson Mamaindé já ministra aulas para 16 alunos com idade de 15 a 20 anos na aldeia em que vive, na região de Vilhena. ?Há um ano exerço o papel de professor. O projeto Açaí é importante porque vou melhorar meu aprendizado e aplicar a pedagogia para ensinar bem ao nosso povo o português e as histórias?, disse Mamaindé.
De Mirante da Serra, Boropó Amondawa, de 21 anos, convive com cerca de 170 indivíduos na aldeia e nunca lecionou. ?Vai ser bom este curso porque eu vou poder reforçar a equipe de educadores na aldeia?.

Relevância
A chefe da educação indígena de Mirante da Serra, professora Maria Aparecida Gonçalves dos Santos entende que a iniciativa do Governo abrir o projeto Açaí é de extrema relevância. ?É uma oportunidade dos indigenistas se formar e interagir com outras etnias e com o homem branco?, frisou a professora.
Também participou da solenidade oficial do projeto Açaí o coordenador de educação escolar indígena Flávio Luiz Gonçalves dos Santos; José Antônio de Medeiros Neto, coordenador regional de educação em Ji-Paraná; José Ribeiro, ex-prefeito de Presidente Médici no ato representando a Emater e Ildo Mussoi, chefe de gabinete que representou o vice-governador Daniel Pereira. Com informações de Paulo Sérgio ? Assessoria.

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