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Proposta levarÃ¡ ensino mÃ©dio Ã s aldeias indÃgenas em GuajarÃ¡-Mirim
(Da RedaÃ§Ã£o) Uma proposta inÃ©dita foi aceita pelos indÃgenas de GuajarÃ¡-Mirim, onde estÃ¡ a maior parte da populaÃ§Ã£o indÃgena do Estado de RondÃ´nia. Em audiÃªncia pÃºblica realizada pelo MinistÃ©rio PÃºblico Federal (MPF), nos termos da ConvenÃ§Ã£o 169 da OrganizaÃ§Ã£o Internacional do Trabalho (OIT), com a presenÃ§a de representantes da Secretaria Estadual de EducaÃ§Ã£o (Seduc), os indÃgenas receberam informaÃ§Ãµes, debateram e aceitaram o modelo de ensino. Logo apÃ³s, definiram as aldeias que serÃ£o as primeiras a receber aulas do ensino mÃ©dio transmitidas via satÃ©lite, em tempo real e com a possibilidade de interaÃ§Ã£o. AtÃ© agora as aldeias sÃ³ possuem o ensino fundamental, com professores indÃgenas. Para continuar os estudos, os alunos precisam mudar para a cidade, situaÃ§Ã£o que exige que eles possuam dinheiro para custear suas despesas com alimentaÃ§Ã£o e habitaÃ§Ã£o, alÃ©m de comprometer seu modo de vida original. Para o procurador da RepÃºblica Daniel Dalberto, tem sido muito demandado esse tema, principalmente pelas mÃ£es, por ocasiÃ£o das visitas Ã s aldeias. ?A maior inconstitucionalidade na educaÃ§Ã£o indÃgena Ã© nÃ£o existir qualquer meio de acesso ao ensino; o fato das aldeias serem muito remotas nÃ£o pode inviabilizar seu direito Ã continuidade da aprendizagem escolar e novas perspectivas de futuro?, disse. A maior parte das aldeias de GuajarÃ¡-Mirim Ã© de difÃcil acesso, por estradas de chÃ£o em situaÃ§Ã£o precÃ¡ria ou pelos rios MamorÃ©, GuaporÃ© e Pakaas, em viagens que demoram horas e atÃ© dias. As escolas das aldeias sÃ£o distantes e pequenas. Para haver aulas presenciais no modelo tradicional, alÃ©m do difÃcil e custoso transporte, seriam necessÃ¡rios alojamentos e alimentaÃ§Ã£o para abrigar os professores que aceitassem residir nas aldeias. Primeiro passo O coordenador estadual de educaÃ§Ã£o indÃgena, FlÃ¡vio Luiz GonÃ§alves dos Santos, explicou que cada uma das cinco escolas escolhidas receberÃ¡ um kit para realizaÃ§Ã£o das aulas com aparelho de TV, microfone, computador, cÃ¢mera, nobreak, acesso Ã internet e gerador para as aldeias que nÃ£o possuem energia elÃ©trica. Ele informou que o projeto poderÃ¡ ser iniciado em dois meses e prevÃª aulas em pelo menos dois horÃ¡rios, transmitidas em tempo real para as aldeias. Em um estÃºdio, o professor ministrarÃ¡ suas aulas, poderÃ¡ ver e escutar seus alunos, tirando as dÃºvidas sobre os conteÃºdos de sua disciplina. Nas aldeias, cada sala terÃ¡ dois monitores (professores indÃgenas) que vÃ£o auxiliar os estudantes na compreensÃ£o dos assuntos, fazendo a traduÃ§Ã£o do portuguÃªs para a lÃngua indÃgena, se for necessÃ¡rio. Segundo a antropÃ³loga do MPF, Rebeca Ferreira, o acesso ao ensino mÃ©dio aos indÃgenas Ã© o primeiro passo para o ingresso deles nas faculdades, possibilitando a formaÃ§Ã£o de profissionais de ensino superior, como professores de diversas disciplinas e outras formaÃ§Ãµes. Mais aldeias Ao argumentar em favor da proposta da educaÃ§Ã£o Ã distÃ¢ncia, o vereador ArÃ£o Oro Waram Xijein expÃ´s que existem quase 300 alunos indÃgenas que jÃ¡ concluÃram o ensino fundamental e estÃ£o sem estudar. Ele acrescentou que um dos benefÃcios Ã s aldeias serÃ¡ o acesso Ã Internet. Ele tambÃ©m solicitou que a Seduc aumente para sete o nÃºmero de aldeias beneficiadas com o projeto. A audiÃªncia pÃºblica foi realizada pelo MPF no Ãºltimo sÃ¡bado (24), na CÃ¢mara de Vereadores de GuajarÃ¡-Mirim. Com informaÃ§Ãµes do MPF/RO....