Os benefÃcios da reforma ortográfica
Os benefÃcios da reforma ortográfica
Alfried Karl Plöger*
Uniformidade, viabilizada pelo referendo luso, torna o português lÃngua oficial da ONU.
São 210 milhões de pessoas incluÃdas no universo dos oito paÃses da lusofonia. A grande maioria ? 190 milhões ? vive no Brasil. As mudanças ortográficas, embora possam desagradar a alguns, são muito pequenas. à algo Ãnfimo ante os benefÃcios de ter um idioma reconhecido pela ONU. Afinal, é preciso entender que a ortografia-padrão facilitará sobremaneira o intercâmbio cultural, cuja principal mÃdia continua sendo a impressa. Livros de todos os segmentos ? ficção, didáticos, paradidáticos e cientÃficos ?, documentos e escrituras internacionais, contratos comerciais e textos de todos os gêneros poderão circular livremente entre os paÃses, sem necessidade de revisão. à o que já ocorre com o Espanhol. O ensino do Português também será padronizado.
Como é fácil perceber, a reforma ortográfica terá sensÃvel impacto na indústria gráfica. à medida que avance, milhões de exemplares de livros, dicionários, apostilas, manuais e jogos estarão desatualizados. Terão de ser reimpressos, criando uma previsÃvel demanda extra bastante atraente para o setor. Os itens ligados à educação e cultura deverão ser os primeiros a passar novamente pelas impressoras, pois é fundamental que tenham a nova base ortográfica o mais rapidamente possÃvel. A internacionalização também favorece muito o trabalho de pré-impressão, considerando que o fornecimento de serviços para um cliente de Portugal, por exemplo, não exigirá mais a adaptação ortográfica da digitalização dos textos e editoração eletrônica.
Por mais puristas que sejamos quanto à lÃngua portuguesa, é necessário compreender a importância e extensão da reforma ortográfica. A relação custo-benefÃcio da mudança deverá acabar prevalecendo, até porque a nova ortografia não impedirá a espontânea e inevitável evolução regional da lÃngua, um elemento vivo e sensÃvel à s peculiaridades culturais, polÃticas e socioeconômicas de cada paÃs. A indústria gráfica, não só pela questão mercadológica, como pela responsabilidade intrÃnseca a um setor integrante da cadeia produtiva da comunicação, está-se preparando adequadamente para as mudanças, contribuindo, também, para a sua ampla e correta difusão.
* é o presidente da Abigraf Nacional (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) e vice-presidente da Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas).
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