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PISCICULTURA
Produção em cativeiro não para de crescer em Rondônia

Data da notícia: 2016-07-01 18:26:17
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(Da Redação) Luminosidade, calor e muita, muita água. O ambiente amazônico sempre foi bem favorável a eles, mas no país que tem o segundo rebanho bovino do mundo, o gado ainda é dominante na paisagem. Só que olhando do alto, já é possível ver uma certa mudança no cenário.

A mais de 1,5 mil quilômetros do oceano mais próximo em linha reta, já dá para dizer que, sem dúvida, Rondônia está para peixe...

A piscicultura é a atividade que mais cresce no estado. Aumentou quase 400% entre 2010 e 2015, em área e em produção. A estrela principal: o tambaqui, peixe nativo, rústico, bem adaptado.

Bruno Leite administrador a fazenda Santa Ana, em Ariquemes, a 200 quilômetros de Porto Velho, contou que a história da propriedade se divide em décadas, a partir dos anos 70.

Foram 10 anos com projetos de cacau e seringueiras, incentivados pelo governo federal e que fracassaram. Nos 20 anos seguintes, o gado, que consolidou a fazenda, e nos últimos 10 anos, o peixe.

Como se não bastassem todas as condições naturais favoráveis à piscicultura, Rondônia tem uma lei estadual específica, que facilita, incentiva, até explica em grande parte o interesse pela atividade. Essa lei permite o que é proibido em outros lugares.

Os projetos, os tanques, podem ser implantados no próprio leito dos igarapés, nos riachos que cruzam as propriedades ou até nascem dentro delas. A condição é que as margens já têm que estar degradadas com a retirada da vegetação, o que foi, na verdade, prática comum no passado da região.

Hoje, a ordem é recompor a vegetação das margens e existe o compromisso de fazer isso ao redor dos tanques.Só a Santa Ana produziu 40 mil mudas de árvores nativas no ano passado e vale a pena, pela rentabilidade da piscicultura. Segundo o fazendeiro, os 200 hectares de represas e tanques rendem o mesmo que os 4,5 mil hectares de pastagens.

?A piscicultura é uma atividade bastante intensiva, se assemelha a atividades que hoje já são bastante profissionais no Brasil, como a suinocultura e a avicultura. E ela oferece uma renda elevada por hectare de área ocupada", explica Bruno Leite. O lucro sobre o faturamento é de 20 a 30%, contra os cerca de 10% da pecuária extensiva.

A ração representa 70% do custo de produção, mas não é tudo, avaliou o engenheiro de Pesca da fazenda, Sérgio Fukushima. ?Tem que ter mão de obra especializada, tem que ter tecnologia, controle de qualidade da água?.

O investimento é de R$ 40 mil para implantar um hectare, que pode produzir 8 toneladas de peixe por ano.

Pirarucus
Em tanques de peixes mais jovens, no meio dos tambaquis encurralados pela rede há alguns pirarucus. E não é por acaso. Eles servem para combater peixes nativos, que invadem as represas e podem consumir o oxigênio e ração destinados à criação.

O abate dos tambaquis também acontece na fazenda mesmo. Abate a frio. Ou a gelo, no caso. Os peixes não resistem muito tempo nos tanques dos caminhões que vão buscar a produção e seguem para o frigorífico.

Tudo o que está sendo produzido em Rondônia tem basicamente dois mercados. Os dois, fora do estado. Os peixes que pesam entre 1,5 a 2,2 kg são peixes que o frigorífico usa para fazer cortes, como costela, filé, e é o peixe que os mercados do Centro-Oeste e Sudeste consomem. O outro mercado é o mercado de Manaus, que pede um peixe um pouco maior, de 3,5 kg em média. O mercado de Manaus é o maior consumidor de pescado do Brasil.

Período de defeso
A diminuição da pesca, inclusive pelos períodos de defeso, em que ela é proibida para favorecer a reprodução dos peixes, também foi abrindo espaço para os peixes de cativeiro.

O futuro é a agregação de valor e o frigorífico em Ariquemes já faz isso, processando e embalando pequenas porções de acordo com as exigências de cada mercado. O plano é triplicar de tamanho, no mesmo terreno. E bem ao lado, já existe uma fábrica de ração para peixe, que está quase pronta.

Com informações da Assessoria.

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