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CINQUENTENÁRIO
Distrito de Nazaré completa 50 anos com festejo tradicional
(Da Redação) O distrito de Nazaré, a 150 quilômetros do centro de Porto Velho, com acesso hidroviário pelo rio Madeira, ficou movimentado com as comemorações do cinquentenário na sexta-feira (22) e sábado (23). A abertura contou com a participação do Trio da Velha Guarda de Nazaré, grupo musical de seresta composto por moradores antigos do distrito; em seguida, a animação ficou por conta da quadrilha Fogo de Palha embalada por músicas produzidas pela própria comunidade. Com as arquibancadas lotadas, o evento encerrou no sábado (23) repetindo o sucesso dos anos anteriores e mantendo a autenticidade das quadrilhas juninas, com o boi-bumbá Curumim, formado por crianças. Seguiram-se números de carimbó e o seringandô, dança centenária criada nas festas do Uruapiara, no Amazonas, e levada para Nazaré pelo professor Manoel Maciel Nunes, pioneiro falecido há oito anos, que dedicou sua vida à preservação dos costumes do povo ribeirinho. Organizado pelo Instituto Cultural e Socioambiental Minhas Raízes, o festejo é uma herança cultural deixada pelo professor Maciel, cujos filhos hoje continuam os trabalhos. Na arena improvisada, verdadeiros shows de harmonia, plástica e talento; no palco, decorado como se fosse uma casa de caboclo, a cantoria de gente simples que desperta emoção e esbanja poesia e história em letras e sonoridades ímpares. Representando o governo de Rondônia, o superintendente de Turismo, Júlio Olivar, prestigiou o festejo e teve a oportunidade de conversar com diversas lideranças e ativistas locais, buscando identificar e apoiar a preservação das tradições locais. ?Nazaré é a verdadeira Amazônia de Rondônia. Muito fácil de ser promovida turisticamente porque o mais importante é esse cenário majestoso da floresta que se soma ao talento e à competência com que os artistas daqui atuam?, analisou. Ao conversar com os moradores e organizadores do evento, Olivar identificou que o distrito necessita de um olhar mais atento para sua infraestrutura e aparelhamento, sem que isso prejudique o que o vilarejo tem de melhor: a hospitalidade e a criatividade de seu povo. ?Mas, não se faz turismo só com eventos. É preciso cuidar da economia [que gira em torno da agricultura familiar e da pesca], qualificação da cadeia que implica o setor turístico, além de obras de urbanização e restauro da memória, que não descaracterizem o povoado?, apontou. Cheio de histórias e lendas, casario predominantemente de madeira, boa e farta comida à base de pescados e frutas amazônicas, Nazaré é sinônimo de sossego e alegria. Não há sequer um carro ou motocicleta no povoado de 600 habitantes, que também não conta com policiamento e com casas sem cercas com quintais em comum. São cinco pousadas simples que atendem aos turistas que buscam o contato direto com a natureza e as músicas inspiradas nas vivências amazônicas. Júlio Olivar afirmou que há dificuldades para executar ações no distrito por conta da questão fundiária [o povoado situa-se numa área devoluta da União]. ?Isso precisa ser destravado?, assegurou, se comprometendo em apresentar a outras instâncias dos governos estadual e federal e a parlamentares de Rondônia as necessidades de Nazaré, como a construção de um deque (já solicitado pela Setur à bancada federal) e um centro cultural adequado para confecção das roupas, artesanatos e adereços das quadrilhas e do boi-bumbá. Potencial Nazaré recebe, em média, 300 turistas todos os fins de semana. E dispõe de cinco pousadas totalizando 25 leitos. Oferece às visitantes atrações musicais com o Grupo Minhas Raízes ? que fazem as próprias composições e os instrumentos musicais com matéria-prima da floresta ? passeios de barcos pelo lago Peixe-Boi, até o balneário Tabuleiro, onde em ocasiões especiais o turista é recepcionado e passa por uma integração cultural com ritual Mura Ananã, encenado pelo pajé Lucas Mura. O ritual foi apresentado ao superintendente de Turismo e mais cerca de 40 visitantes que ficaram encantados com o realismo do momento que retrata a vida ancestral do povoado. Lucas é descendente de índios Mura e faz questão de manter suas origens repetindo o ritual espiritual. Bem em frente do bosque onde Lucas atua, é encontrada uma argila tida como ?medicinal?, e que é usada para fins estéticos. Um grupo de mulheres se esbaldou ? e aprovou ? a experiência de fazer máscara facial com a argila e, claro, desfrutar de um banho nas águas límpidas do lago Peixe-Boi. O grupo Minhas Raízes, formado pelos filhos do professor Manoel Maciel, que manteve vivas as tradições e a unidade do distrito, conta a história dos ribeirinhos e exalta as belezas naturais da região. Exaltando as belezas localizadas às margens do rio Madeira, a música ?Vem passear de barco? é um convite para se curtir a vida como um legítimo ?beiradeiro? (como os moradores) se definem. Vale a pena cada detalhe: do pôr-do-sol mais bonito da região Norte, o canto dos pássaros e outros sons da natureza em festa. Ou simplesmente, deitar-se na rede e sentir o frio certeiro de todas as noites. Para chegar a Nazaré, o turista pode pegar no porto Cai n?Água, em Porto Velho, um barco de recreio que sai às sextas-feiras, ao meio-dia, com retorno aos domingos, às 14h. São 6h de viagem com cerca de 90 passageiros a bordo, com direito a almoço. Outra possibilidade é se deslocar de carro até o povoado da Boca do Jamari, a 70 quilômetros de estrada de terra, e lá fretar uma voadeira que faz o percurso até Nazaré em 2 horas. Outras informações para passeios turísticos podem ser adquiridas através dos telefones: (69) 99335 2668 ou 99254 8682 (falar com o ativista Anauá Gomes). Com informações de Taciana Guzman ? Assessoria....


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