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REDUÇÃO
Casos de dengue caem 92% em Ji-Paraná

Data da notícia: 2016-08-26 18:03:49
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Por Josias Brito
Ji-Paraná registrou queda no número de casos de dengue, de acordo com os dados divulgados pela Divisão de Controle das Endemias (DCE) da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). A comparação foi feita levando em consideração o ano epidemiológico, que vai de julho a junho do ano seguinte. Poucos casos de dengue foram confirmados neste ano na cidade.

A DCE aposta em ações direcionadas para enfrentar problemas específicos de cada bairro para evitar uma nova epidemia da doença. O município, ao contrário das outras cidades do de Rondônia, teve uma diminuição de 92% nos casos de pessoas infectadas com a dengue.

Embora o percentual seja 92% de menos casos do que o mesmo período do ano passado, quando foram contabilizadas várias pessoas infectadas, não há motivo para comemorar a queda, equipes da DCE têm trabalhado, mesmo no período de seca, no combate ao mosquito Aedes aegypti, por ele transmitir ao menos outras duas doenças: zika e chikungunya.

Segundo o diretor interino da divisão, Ailton Miranda, hoje o município está com a situação controlada nos casos da dengue, mas tem trabalhado com a prevenção, realizando visitas domiciliares, para que no período das chuvas, não ocorram surtos de doenças.

?Nosso objetivo é a prevenção neste período para que as águas das chuvas não possam encontrar muitos criadores e assim aumentar o número de mosquitos da dengue em nossa cidade?, enfatizou Miranda.

As informações foram repassadas após levantamento feito pela equipe da Divisão de Controle de Vetores da Semusa. O levantamento também aponta a diminuição na quantidade de casos graves, ou seja, dengue com complicação e dengue hemorrágica.

Ailton Miranda lembrou que mesmo com a redução no índice de contaminação da dengue em Ji-Paraná, a Divisão de Controle de Vetores continuamente realiza trabalhos de combate aos focos do Aedes aegypti.



?As ações de rotina vêm acontecendo paralelamente às direcionadas. Além da vistoria nas casas, estamos dando continuidade à aplicação do fumacê e a coleta de entulhos?, assegurou o diretor.

Ele informou que a ação vai ser voltada aos imóveis de risco, em que foram encontrados focos nas últimas três ou quatro vistorias. ?Nós estamos orientando os proprietários, mas muitos deles não têm colaborado. Vamos novamente voltar a esses domicílios, fazer o trabalho de rotina, colher larvas para o laboratório e fazer autos de intimação aos reincidentes".

Prevenção
Ailton Miranda garantiu que equipes do Departamento de Vigilância em Saúde realizam diariamente trabalho de prevenção e controle da dengue, intensificando as ações principalmente no período de estiagem.

?Combater a dengue precisa ser um hábito. Com a intensificação das ações neste período e com o trabalho constante de combate aos focos do mosquito, a incidência da doença tende a diminuir no período do inverno, que é sempre no período chuvoso amazônico?, assinalou.

Miranda lembra que a dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos casos, e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três. Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica.

Doenças Epidêmicas
De acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos anos a dengue tem sido uma das mais importantes doenças epidêmicas registradas em países em desenvolvimento, causando grande impacto econômico, social e de saúde pública para as comunidades onde ocorre.

?Além do trabalho da equipe da Semusa, é fundamental que a população colabore promovendo a limpeza dos pátios e quintais de modo a não deixar recipiente que acumule água, principal local de reprodução do mosquito, para que, a doença não volte a contaminar os ji-parananeses?, afirmou o secretário municipal de Saúde, Renato Fuverki.


Dengue desacelera, mas casos de gripe disparam

A queda da dengue, tida como natural para o período, devido à baixa nas temperaturas e à menor incidência de chuvas, não significa, no entanto, que é possível relaxar o nível de alerta na saúde.
Com casos de menor contaminação de doenças provocadas pela larva do mosquito da dengue, começa um novo desafio: proteger a população das infecções respiratórias características do outono e inverno, a exemplo da gripe H1N1, e ainda permanecer vigilante quanto ao Aedes aegypti. Isso porque o transmissor da dengue, zika e chikungunya não dá trégua e continua agindo durante todo o ano, mesmo quando há circulação menor de mosquitos.

Neste ano, houve poucos casos registrados de doenças relacionados ao mosquito da dengue, mas teve um aumento de casos que envolve infecções respiratórias. Para O diretor da DCE, Ailton Miranda, o município está atento para avaliar o aumento do número de consultas e internações por gripe. ?Essa é uma preocupação que temos todos os anos e que já começou, uma vez que o outono e inverno têm prevalência das doenças respiratórias?, afirma. Os meses de maio e junho concentram picos de casos.

Mesmo afirmando que tanto à dengue quanto às influenzas têm o mesmo peso de atenção na rede, o diretor explicou que, dependendo da evolução dos casos de dengue, alguns serviços podem ser reduzidos, caso haja queda no caso das enfermidades transmitidas pelo Aedes aegypti, que vem ocorrendo em Ji-Paraná.

Segundo ele, o mosquito se reproduz durante todo ano e seu ovo é muito resistente, o que faz com que o perigo se mantenha. Mas com menos quantidade de chuva, a transmissão será menor e, a partir de um certo momento, pode ser possível diminuir as ações, mesmo sem nunca interromper o serviço. Vamos analisar a evolução dos casos?, frisou.

Mosquito transmissor da dengue se adaptou para continuar

O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, tem um rápido ciclo de reprodução e características que contribuem para sua proliferação. Enquanto os números de casos das doenças transmitidas pelo vetor aumentam, a maior preocupação é que os criadouros sejam extintos. A fêmea do inseto, que vive aproximadamente 40 dias e pode produzir de 150 a 300 ovos, é responsável pela transmissão dos vírus.

?Além disso, o ovo pode sobreviver por um ano dissecado e, se entrar em contato com água, o desenvolvimento é normal?, explicou Ailton Miranda.

Ele afirma que eliminar os criadouros ainda é a principal forma de combate as doenças transmitidas pelo Aedes. ?O mosquito tem um comportamento diferente, de se reproduzir em criadouros domésticos como latas, pneus, plantas com água nos pratinhos ou vasos, lixo domiciliar que a pessoa deixa e não imagina que pode servir como criadouro. Por isso, devem ser eliminados. A limpeza e a conscientização são os melhores remédios contra a dengue?.

Atualmente, a principal ?mutação? do mosquito é justamente em relação à quantidade de água para desenvolvimento do ovo em larva, e posteriormente na forma adulta. ?O mosquito evolui conforme o ambiente que tem, se houver pouca água para proliferação ele consegue se adaptar. O inseto diminui o processo para se tornar mosquito, se normalmente o período de reprodução na fase aquática seria de 5 a 7 dias, pode chegar no máximo a 4 dias. O calor também favorece muito e acelera a reprodução.

Da liberação do ovo até a fase adulta o tempo médio de reprodução é de 8 a 10 dias. O ovo precisa de dois dias na água para se tornar larva, mas a transformação para a forma de mosquito é de apenas alguns minutos ? após o período de até 7 dias na água. Por isso, a eliminação de criadouros deve ser realizada pelo menos uma vez por semana: assim, o ciclo de vida do mosquito será interrompido.

Apenas a fêmea do Aedes se alimenta de sangue humano ? necessário para o desenvolvimento completo dos ovos ? e por isso transmite os vírus das doenças. Ela vive entre 30 e 40 dias, acasala apenas uma vez e espalha entre 150 e 300 ovos em diferentes lugares ? para dispersar a espécie. Durante o período de vida, ela vai aos poucos eliminando os ovos em vários criadouros, para garantir a proliferação. A capacidade de postura desta forma também foi uma evolução.

Conforme o diretor, o maior problema em Ji-Paraná está sendo as fossas. A maioria dos moradores ainda não tomou a iniciativa de proteger os canos. ?Continuamos fazendo o trabalho de distribuição das telas para tampar canos de fossas, para assim evitarmos que a larva continue se proliferando em nosso município?, garantiu Miranda.

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