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Acir Gurgacz não declara voto sobre impeachment

Data da notícia: 2016-08-31 09:56:45
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(Da Redação) O senador Acir Gurgacz (PDT) terminou seu discurso na sessão do julgamento final do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) na tarde de ontem (30), sem declarar se votará contra ou a favor da saída da petista. O parlamentar consta na lista dos indecisos.

Em uma fala dúbia, Gurgacz afirmou que o impeachment se tornou um processo mais político do que jurídico, com toda a complexidade que envolve a política brasileira. Segundo ele, isso ocorre porque, além das crises política e econômica, o país vive uma crise ética-moral, agravada por escândalos de corrupção que se sucederam nos últimos anos.

O senador afirmou que, se o país quiser avançar, será preciso fazer um ?pacto pelo Brasil?, com um governo de notáveis. ?Isso não aconteceu no governo da presidente Dilma nem no governo do presidente em exercício Michel Temer?, afirmou. ?Chegou a hora de fazermos isso; acabar com nomeações políticas e colocar técnicos e notáveis?, disse.

O pedetista defendeu que é preciso acabar com a disputa ?do poder pelo poder?. ?Precisamos fazer um ajuste, mas esse ajuste precisa ser justo com todos?, ponderou.

Em sua fala, ele prometeu à população de Rondônia, seu estado, continuar trabalhando com transparência para que, ?independente de quem esteja no governo, seja representante do nosso estado?.

Julgamento Final
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do julgamento final do impeachment, Ricardo Lewandowski, fez uma estimativa de que a sessão de ontem (30) no Senado se encerra madrugada de hoje (31), para que todos os parlamentares inscritos para discursar sejam ouvidos. Ainda de acordo com a estimativa de Lewandowski, a votação final deve ocorrer quando a sessão for retomada, em horário ainda não definido na manhã ou no início da tarde desta quarta.

Cada senador tem direito a uma fala de até dez minutos para se posicionar sobre o impeachment. No início da tarde de ontem, havia 66 parlamentares inscritos na fila de oradores. Se cada um usar os 10 minutos, essa parte da sessão terá mais de 10 horas.

Acusação e defesa
Pela manhã de ontem, a sessão foi destinada ao debate entre a acusação, representada pelos advogados Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, e a defesa de Dilma, comandada pelo ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

Depois da fala da defesa, os autores da denúncia poderiam ter solicitado réplica por até uma hora, o que possibilitaria uma tréplica de até uma hora para a defesa. No entanto, Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior optaram por não fazer uso da réplica na tentativa de agilizar o andamento da sessão.

O presidente do Supremo explicou a decisão dos advogados de acusação e informou que as partes não poderiam se manifestar mais na sessão, apenas os senadores. Cardozo, Janaína e Miguel Reale Júnior, no entanto, podem assistir aos pronunciamentos dos parlamentares.

Nas estimativas de Lewandowski, a votação final do impeachment, que poderá resultar na cassação do mandato de Dilma e na efetivação de Michel Temer como presidente da República, deverá ocorrer nesta quarta.

O afastamento definitivo da petista depende de ao menos 54 votos favoráveis ao impeachment. Caso essa marca não seja atingida, o processo será arquivado e Dilma Rousseff reassume a Presidência da República.

Com informações da Agência Senado/G1.

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