Rondônia discute implementação do ensino de história afro-brasileira
Com a proposta de elaborar o plano nacional para implementação da Lei 10.639/03, que torna obrigatória a disciplina de História e Cultura Afro-brasileira nas instituições de ensinos fundamental e médio das redes públicas e particulares, a técnica do Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Carmem Denise dos Santos, representou Rondônia no Encontro Diálogos Regionais, realizado nos dias 9 e 10 últimos, em Belém (PA). De acordo com a professora, o foco das discussões foram as experiências da implementação da lei que servirão como base para elaboração do Plano Nacional que definirá as estratégias que nortearão a aplicação da norma em todas as escolas brasileiras.
Segundo Carmem Denise, além de tratar sobre a alteração da Lei de Diretrizes e Base (LDB), o encontro discutiu a formação inicial e continuada de professores para o ensino da temática étnico-racial e a produção de material didático que trate do assunto.
?A coordenadora geral, Leonor de Araújo, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC), explicou que a nova norma especifica que se deve privilegiar o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional. Determina ainda que os conteúdos devem ser ministrados no decorrer de todo o currículo escolar, com atenção especial para as áreas da educação artística, literatura e história brasileiras?, disse a professora que representou Rondônia no Encontro, acrescentando que a temática indígena foi incluída com base na Lei 11.645/08.
Para o secretário estadual da Educação, professor Edinaldo Lustoza, a inserção dessa disciplina no currículo escolar é uma forma de o Brasil recompensar a exclusão dessa camada da população, evidenciada desde o início de sua história, com a adoção de um modelo que impediu o acesso de milhões de brasileiros à escola. Lustoza destacou também que em Rondônia, apesar de ainda não conter todo o conteúdo, o material escolar entregue este ano aos estudantes da rede estadual já traz abordagem diferente para os povos afro-descendentes, que antes eram citados apenas como escravos.
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