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GRAVAÇÃO
Em conversa gravada, Temer disse a Calero ter sido 'inconveniente'

Data da notícia: 2016-11-29 16:50:27
Foto: Uol

O Jornal Folha de São Paulo, divulgou hoje (29) trechos da conversa gravada do presidente Michel Temer, que disse ter sido "inconveniente" com o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero ao insistir para que ele permanecesse no cargo. A transcrição da conversa entre Temer e Calero, ocorrida no último dia 18, foi divulgada nesta terça-feira (29) pela Globonews.

"Quero pedir minha demissão e quero que o sr. aceite, por gentileza, porque eu não me vejo mais com... condições e espaço de estar no governo", disse Calero.

Temer afirmou: "se é sua decisão, tem que respeitar. Ontem, acho que até fui um pouco inconveniente, né? Insistindo muito para você... para você permanecer. Confesso que não vejo razão pra isso, mas você terá as suas razões."

As conversas foram gravadas pelo próprio Calero e entregues à Polícia Federal. Temer reclamou publicamente sobre o fato de ter sido gravado.

Não há menção direta ao caso do prédio embargado pelo Iphan, em Salvador, em que o ex-ministro Geddel Vieira Lima havia comprado um apartamento.

SECRETÁRIO

No entanto, em outra conversa divulgada pela Globonews, o subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, fala com Calero sobre essa situação.

Rocha diz que vai dar entrada "com pedido protocolar" e que vai ingressar com "recurso lá no Iphan".

"Eu até falei com o presidente, Gustavo, eu não quero me meter com essa história, não", disse o então ministro.

O subchefe diz: "O que ele [Temer] me falou pra falar era: 'veja se ele encaminha, e não precisa fazer nada, encaminha pra AGU.'"

Em nota, Rocha, principal assessor jurídico da Presidência, afirmou que na ocasião apenas "disse que iria encaminhar recurso ao Iphan, de autoria de outro advogado, que fora deixado equivocadamente" em seu gabinete.

"O ministro havia dito que não tomaria nenhuma decisão, mesmo tendo competência para isso. Por isso, usei a expressão 'dando entrada'. Contudo, jamais se deu seguimento a tal ação, já que o recurso foi devolvido a seu autor."

O subchefe já havia afirmado que tomou a iniciativa porque a AGU é competente para "dirimir conflitos" entre órgãos. Negou, porém, ter sido o "articulador de movimentações" para resolver o problema de Geddel.

Fonte: Folha de São Paulo






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