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CARNAVAL 2017
Acidentes em desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro deixam mais de 30 feridos

Data da notícia: 2017-02-28 10:33:04
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Estrutura de carro alegórico quebrou deixando feridos no desfile da escola de samba Unidos da Tijuca, pelo grupo especial, no Sambódromo

O segundo dia de desfiles (27) na Marquês de Sapucaí também foi marcado por acidentes e problemas em carros alegóricos. Na Unidos da Tijuca, 12 pessoas se feriram com o afundamento de parte de uma alegoria, no mesmo trecho em que no domingo (26) um carro da Paraíso do Tuiuti machucou 20 pessoas ao colidir com as laterais da avenida.

O acidente no carro tijucano levou 20 pessoas aos postos médicos do sambódromo. Oito delas foram atendidas apenas por estresse, e, entre as que se feriram fisicamente, nove foram transferidas para três hospitais: Souza Aguiar, Miguel Couto, Lourenço Jorge.

A secretária executiva Viviane Pereira, 37 anos, estava no carro, mas não se feriu e continuou na alegoria até a dispersão. "Escutamos um barulho e sentimos um tremor muito forte, mas achei que fosse algum efeito do carro. Depois, as pessoas começaram a gritar desesperadas para parar o carro."

Com o acidente, o veículo teve que ser parado para que os bombeiros pudessem socorrer os feridos. A escola continuou o desfile enquanto isso, orientando suas alas a contornarem as laterais do carro alegórico. A narrativa proposta pelo enredo, entretanto, acabou desfigurada pela mudança de ordem.

A escola prestou homenagem a Pixinguinha e Louis Armstrong, imaginando uma aproximação dos dois gênios a partir de um encontro que aconteceu na década de 50.

O presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta, prometeu que a escola dará assistência às vítimas do acidente, caso seja necessário. "Não foi excesso de peso, porque as pessoas ensaiam dentro do carro", disse Horta, destacando que não acredita que o problema tenha sido estrutural.

Outras duas escolas tiveram problemas com suas alegorias durante esta madrugada. A União da Ilha teve dificuldade em manobrar sua penúltima alegoria na entrada do sambódromo, o que obrigou a escola a segurar o desfile para que o buraco formado pelo problema não crescesse. Na saída, o carro voltou a apresentar problemas para sair da dispersão e houve correria para empurrá-lo.

Quando a São Clemente entrou na avenida, a União da Ilha ainda tentava retirar o carro da dispersão e só conseguiu quando a escola da zona sul já tinha avançado cerca de metade do percurso.

A Mocidade de Padre Miguel foi outra escola que teve dificuldade em retirar uma de suas alegorias do sambódromo. O problema foi parecido com o da União da Ilha, mas foi mais facilmente resolvido.

O presidente da Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesa), Jorge Castanheira, disse que vai haver uma reavaliação dessas questões a partir dos problemas que forem identificados nos desfiles. Ele afirmou que a possibilidade de interromper o desfile diante de um acidente como o da Unidos da Tijuca não existe no regulamento.

"Quando cheguei lá, os bombeiros já estavam atuando e entendi que estava sob controle a situação. E a escola prosseguiu com seu desfile", disse Castanheira, que considerou o ano atípico. "Vamos analisar caso a caso".

TUIUTI

O motorista do carro alegórico da escola de samba Paraíso do Tuiuti, que provocou um acidente no domingo (26), no Sambódromo do Rio de Janeiro, Francisco de Assis Lopes, se apresentou na segunda-feira (27) na 6ª Delegacia Policial da Cidade Nova, centro do Rio de Janeiro, onde prestou depoimento. Ele pediu perdão às vítimas e alegou não ter tido culpa pelo acidente, que feriu 20 pessoas, três em estado grave.

Uma segunda perícia feita ontem descobriu que havia uma roda maluca danificada. Esse tipo de roda gira segundo a direção que o carro segue. De acordo com testemunhas, o carro já apresentava problemas na concentração.

Os filhos do motorista informaram que foi a primeira vez que o pai dirigiu um carro alegórico. Segundo eles, Lopes perdeu a direção porque seguiu orientações dadas por pessoas ligadas à escola.

Inquérito

A Polícia Civil informou que instaurou procedimento para apurar as circunstâncias do acidente com o carro alegórico, ocorrido no Setor 1 da Passarela do Samba. A Paraíso do Tuiuti abriu o desfile do Grupo Especial no domingo (26).

O delegado substituto da 6ªDP, William Lourenço, intimou componentes da agremiação, bem como integrantes da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), responsável pela organização do evento. O objetivo é apurar as circunstâncias em que o acidente ocorreu e os possíveis responsáveis. De acordo com a Polícia Civil, as vítimas do acidente serão ouvidas assim que seu estado de saúde permitir.

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