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História do ano novo
História do ano novo * Petrônio Souza Eram os primeiros minutos do ano. À praia de Jurerê, na Ilha da Magia, Florianópolis, os vários foguetes revelando as várias raças ali reunidas. Festa. As ondas quebravam na praia do sentimento trazendo coisas boas de um mundo azul, muito distante daqui, e levavam coisas jogadas na areia da ampulheta do tempo, coisas que não deveriam ficar aqui. Bonito cenário, inaugural lembrança. Lembrei-me de um verso do inicio do ano: Seremos felizes, depois das cicatrizes... Era isso, um recomeçar renascendo em suas próprias raízes, colher frutos amadurecidos pelos sois doridos, saber o erro admitido, a experiência adquirida. Para tudo, em meu balaio cheio de amor e dor, vale uma festa, uma celebração calada, mas que pela grandiosidade do momento, partilhada. Um gole de cerveja em homenagem ao tempo cruel que hoje vou embriagar pela felicidade de cada momento. Muitos. Viver não será mais perigoso, será gostoso! O aprendizado é mais, e a vida vai longe, em ondas de sentimentos, sonhos, beleza e dor; dia e noite. Tempo, faça-me o favor... Um silêncio de paz, já seria tudo. Agora, cá hoje estou, buscando o momento perdido, tingido nas linhas da palma da minha mão. Onde está? Onde estão? Cá dentro, silenciado, os sorrisos que trago guardados, as esquinas em meu peito aprisionadas. Ah, tudo é da eternidade... do tempo é apenas o momento inesperado. Eternizado. Guardanapos da noite sem lua, sonhos picados em papel dourado. Não pedi a fieira das horas, apenas trago na memória as histórias que no dia colhi. São elas que me salvam, me levam para longe dos abismos, me elevam e me dão o que está muito além de mim, do aqui. Senti; bebi e comunguei com o que não sei. Vivi. Ah, Deus; seu beijo é sorrir. Sua mão é vento e paz. Sua história é decifrar o fio da entrega, a esfera que rola sem o prumo das horas, do agora. Assim vou, molhado pela onda que beijou meus pés, pela chuva que caiu generosa, fazendo as lágrimas que não pude tecer. Sem querer, tão minhas e tão elas, rolaram-me o rosto, correram-me o corpo, caíram na areia e se juntaram às lágrimas de Portugal, nos mares do amor, de dor e sal. Foram para longe, longe, bem longe, de onde não se evaporam mais. Às lagrimas do Pai. * Petrônio Souza Gonçalves é jornalista e escritor ...


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