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TRADIÇÃO
RO avança nas políticas educacionais para indígenas

Data da notícia: 2017-04-20 10:07:59
Foto: Bruno Corsino/Divulgação
Escola Indígena Estadual de Ensino Fundamental Sertanista José do Carmo Santana está localizada dentro de aldeia Paiter Surui, em Cacoal

(Da Redação) Em Rondônia, existem mais de 50 povos indígenas e um desafio em comum: superar a dívida histórica e social sofrida ao longo de décadas, inclusive quanto à educação que é um direito garantido na constituição brasileira.

O estado tem se mobilizado e voltado à atenção para reverter isso e já colhe os resultados de se tornar referência em iniciativas que visam melhorias aos índios como o pioneirismo em realizar concurso público para contratação de professores indígenas para ensino fundamental e médio.

A educação escolar indígena é mais que uma transmissão de conhecimento, é a garantia da preservação da cultura de um povo. Por isso, a preocupação do governo de Rondônia em ter os próprios indígenas como professores nas aldeias.

‘‘A maioria das 118 escolas indígenas tem professores indígenas. São poucos os não indígenas e eles estão atuando no Ensino Médio’’, afirmou o diretor da Coordenação Indígena de Rondônia da Secretaria de Estado da Educação de Rondônia (Seduc), Antônio Puruborá.

O Projeto Açaí de Formação para Professores Indígenas está em sua terceira edição e contempla 100 educadores. O primeiro curso de formação indígena foi realizado de 1997 a 2004 com a formação de 119 professores indígenas.

O segundo durou de 2009 a 2013 e formou outros 136. A maioria das escolas, segundo o diretor, oferece o ensino fundamental, mas aos poucos o estado tem conseguido avançar no Ensino Médio, inclusive com mediação tecnológica.

Nelas, o ensino chega via satélite. Cinco escolas indígenas funcionam nesta modalidade, uma em Alta Floresta do Oeste, duas em Espigão do Oeste, outra em Vilhena e mais uma em Pimenta Bueno. Segundo o diretor, outras cinco escolas com mediação tecnológica devem ser inauguradas no segundo semestre desse ano no município de Guajará-Mirim.

O estado atende a 3.637 alunos indígenas em 118 escolas e possui 13 núcleos de educação indígena. Tem 332 professores, destes 240 são indígenas, sendo que 172 trabalham em regime temporário e 68 são estatutários, ou seja, foram aprovados em concurso público.

‘‘O estado realizou concurso em 2015 e está chamando os aprovados. São professores indígenas de nível A e de nível B, com formação superior. Então, a gente espera que em breve sejam todos professores indígenas nas escolas indígenas’’, considerou.
‘‘A educação indígena viveu vários ciclos. Antes ela era de responsabilidade da Funai [Fundação Nacional do Índio], de 2000 para cá o estado assumiu e começou a fazer a formação dos professores’’, assegurou. Estava dada a largada para uma educação que venha a atender as necessidades dos indígenas.

‘‘O estado de Rondônia tem se destacado em relação a concurso público. O estado da Bahia foi o primeiro a realizar concurso público para professores indígenas no país, mas Rondônia superou dificuldades que outros estados não conseguiram. A Bahia conseguiu realizar de 1ª a 5ª série. Já o Estado de Rondônia realizou o fundamental completo e também para o projeto Sabedor Indígena que são para aqueles indígenas que dominam o conhecimento tradicional do povo’’, destacou.

Segundo o diretor, foram aprovados 14 indígenas para fazer parte do Sabedor Indígena que aguardam serem convocados. ‘‘O Sabedor Indígena é um idoso da etnia que domina o conhecimento sobre a história e costumes de seu povo’’. O projeto é um resgaste do que tem se perdido ao longo do tempo.

‘‘A escola surge como fortalecimento da própria cultura dos povos indígenas porque muitas crianças e jovens desconhecem a história de seu povo’’, destaca Antônio Puruborá.

Fonte: Assessoria






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