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DEFLAÇÃO
IPCA registra queda 0,23% em junho

Data da notícia: 2017-07-09 11:00:05
Foto: Agência IN

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho teve queda (-0,23%) e ficou bem abaixo dos 0,31% de maio, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado é o mais baixo para um mês de junho desde o início do plano Real e o primeiro resultado mensal negativo para qualquer mês desde junho de 2006 (-0,21%). O IPCA nunca foi tão baixo desde agosto de 1998, quando a taxa atingiu -0,51%.

Com isso, o primeiro semestre do ano fechou em 1,18%, bem menos do que os 4,42% registrados em igual período do ano passado. Considerando-se os primeiros semestres do ano, é o resultado mais baixo da série. Em relação aos últimos doze meses, o índice foi para 3,00%, abaixo dos 3,60% relativos aos doze meses imediatamente anteriores.

Neste mês, os três grupos de produtos e serviços que, juntos, concentram cerca de 60% das despesas domésticas – alimentação (-0,50%), habitação (-0,77%) e transporte (-0,52%) – foram os que apresentaram as quedas mais intensas.

Foi Habitação (-0,77%), cuja participação é de 15% nos cálculos do IPCA, o grupo que apresentou a maior queda no mês, sob influência das contas de energia elétrica. Mais barata em 5,52%, a energia exerceu o mais intenso impacto negativo, de -0,20 ponto percentual (p.p.). Apesar do aumento na parcela do PIS/COFINS ocorrido na maioria das regiões pesquisadas e dos reajustes de 5,84% nas tarifas de uma das empresas pesquisadas na região metropolitana de Porto Alegre, e de 7,09% em Curitiba, a partir de 19 e 24 de junho, respectivamente, as contas de energia só não caíram em Recife. Isto porque, além do aumento do PIS/COFINS de 55,65%, foi apropriado o reajuste de 8,87% na taxa de iluminação pública, em vigor desde 29 de abril. A queda nas contas de energia se deve à substituição, em primeiro de junho, da bandeira vermelha pela verde, o que significa uma redução de R$ 3,00 a cada 100 kwh consumidos. Acrescente-se, ainda, a queda de 6,03% nas tarifas da região metropolitana de Belo Horizonte (-10,68%).

Mesmo assim, as despesas com Habitação foram pressionadas pelos aumentos de 1,14% nas contas de condomínio e de 2,16% nas de água e esgoto. Na taxa de água e esgoto (2,16%), o resultado foi influenciado pelas regiões metropolitanas de Salvador (14,88%) e de Curitiba (6,82%), onde ocorreram reajustes de 8,80% em 06 de junho e de 8,53% em 18 de maio, respectivamente, além de Brasília (3,09%), onde o reajuste foi de 3,10% a partir do dia primeiro de junho. Quanto a Salvador e Curitiba, os resultados refletiram, também, a revisão efetuada pelas empresas na metodologia de cobrança.

No grupo Transportes (-0,52%), com participação de 18% nos cálculos, os combustíveis se destacam pela queda de 2,84% e impacto de -0,14 p.p. O litro da gasolina ficou 2,65% mais barato diante de duas reduções de preços, autorizadas pela Petrobrás, nas refinarias, cujos reflexos nas bombas se concentraram no IPCA do mês. Uma redução, de 5,4%, ocorreu em 25 de maio e a outra, de 2,3%, em 14 de junho. Na região metropolitana de Salvador a queda atingiu 8,71%, a mais intensa entre as regiões pesquisadas. Mas a gasolina também foi influenciada pelo preço do álcool utilizado em sua mistura já que, para o consumidor, o etanol chegou a cair 4,66%, sendo que Salvador ficou com -7,45%.

Cabe mencionar, ainda nos Transportes (-0,52%), as tarifas dos ônibus interestaduais, que passaram a custar 1,94% menos, em contraposição às passagens aéreas, que tiveram alta de 6,89%. No grupo Alimentação e Bebidas, que domina 26% das despesas das famílias, houve queda de 0,50%, puxada pelos alimentos para consumo em casa, mais baratos em 0,93%, observando que as 13 regiões pesquisadas vieram em queda, indo de -0,14% em Goiânia até -1,45% na região metropolitana de Porto Alegre. Já a alimentação fora subiu 0,32%, no intervalo de -0,62% registrados em Brasília, até 1,32% em Goiânia.

Apesar do feijão-carioca ter exercido 0,05 p.p. de impacto, o maior no IPCA do mês diante da subida brusca de 25,86% em seus preços, a maioria dos alimentos passaram a custar menos de maio para junho, a exemplo do tomate (-19,22%), da batata-inglesa (-6,17%) e das frutas (-5,90%).

Do lado dos grupos que se apresentaram em alta, as variações se situaram entre os 0,08% de Educação e os 0,46% de Saúde e Cuidados Pessoais, não havendo itens merecendo destaque.

Na ótica dos índices regionais, todas as áreas pesquisadas apresentaram queda de maio para junho ficando os resultados entre os -0,48% registrados na região metropolitana de Belo Horizonte e os -0,04% de Goiânia. Na região metropolitana de Belo Horizonte, a queda foi impulsionada pelas contas de energia elétrica que ficaram 10,68% mais baratas em razão da redução média de 6,03% em vigor a partir de 28 de maio.

Fonte: Agência IN






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