O AMOR GUIANDO AS GERAÇÕES
O AMOR GUIANDO AS GERAÇÕES
* Petrônio Souza
Drummond, em um de seus textos de celestial beleza, diz algo assim: ?o que pode um ser em meio a tantos outros senão amar? Amar e desamar, amar e amar de novo...?. A citação é de ouvido, vale mais pela forma que a tenho que pela exatidão dos versos, pois assim, espontaneamente, tem um pouquinho de mim no texto de Drummond, o trazendo para as pequenas e grandiosas coisas que compõe a minha vida.
A vida vale mais pelo amor que temos que pelas desilusões que sofremos, essas que vão para a sarjeta da nossa história. Acima de tudo e sobre tudo isso, está o amor, este sentimento arrebatador e agregador que faz alguns dar a vida pelo irmão.
Não consigo ver a vida sem o amor. A vida é amor, porque ele está no princípio de tudo. É a origem, o fim e o mistério. Todas as grandes obras do mundo foram movidas por ele. Todos os templos, todas as cidades, todos os povos têm o amor em sua origem. Princípio e fim dos dramas, esteio e continuidade das paixões.
Queria que os homens colocassem na frente de todas as suas decisões, o amor. O amor à natureza, ao semelhante, à vida. O amor a Deus e aos filhos dele. Assim, menos guerras teríamos e mais felicidade compartilharíamos. Seria um mundo em perfeita harmonia. Com um sentido nobre ligando o homem a um sentimento universal.
Mas como sempre colocamos a ausência do amor em nossas decisões, partilhamos um mundo pendido para o outro lado, com as decisões sempre em nome de outros sentimentos menores, piores. Esse é o mundo real, o mundo que vivemos em nossas casas, em nosso trabalho, em nossas ruas. Um mundo de pouco amor e quase nenhuma poesia.
* Petrônio Souza Gonçalves é jornalista e escritor
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