Presa em flagrante recebendo donativos
(Da Redação) A Polícia Civil de Ji-Paraná prendeu em flagrante Edith Pereira Luiz, de 33 anos, separada e mãe de três filhos menores no momento em que ela recebia doações de uma loja de eletrodomésticos, localizada na avenida Brasil em nome do Abrigo Municipal, órgão que cuida de crianças abandonadas ou entregues pela Justiça. A denúncia partiu da secretaria de Ação Social (Semas), após tomar conhecimento do fato pela diretora do abrigo, Elizabeth Alves.
Conforme explicou a diretora do abrigo, a instituição é mantida pela Prefeitura através da Semas e de ajudas voluntárias. São comerciantes ou empresários anônimos que mensalmente doam as suas contribuições. ?Essas ajudas são de iniciativas próprias, são pessoas que conhecem o trabalho desenvolvido e as necessidades, não existindo ninguém credenciado ou autorizado em fazer pedidos em nome do abrigo?, afirmou.
DENÚNCIA - No final do mês de maio Elizabeth Alves recebeu a denúncia de que uma mulher, identificando-se pelo nome de ?Márcia?, estaria pedindo em lojas e empresas doações para o Abrigo Municipal. Ela já teria conseguiu doação até mesmo em dinheiro, além de carne e outros benefícios, sempre afirmando que as doações iriam ajudar mais de 80 crianças. No abrigo o número não passa de 25. Diante da situação, a providência tomada pela diretora do abrigo foi comunicar o fato à secretária de ação Social, Sônia Reigota, que levou caso ao Ministério Público (MP), que por sua vez, determinou o registro de uma ocorrência da Delegacia de Defesa da Mulher (DDMF) e a investigação imediata.
Por mais de uma semana ?Márcia? estava sendo procurada. Ela sempre usava o mesmo número de celular para pedir as doações e só aparecia nas empresas no momento de receber as mesmas. Umas das artimanhas da acusada era de trocar de nome quando recebia alguma ligação. Na última terça-feira (16), durante mais de duas horas a polícia ficou à sua espera na citada loja de eletrodomésticos, mas provavelmente desconfiada, a mulher não apareceu.
FLAGRANTE - ?Márcia? foi flagrada na quarta-feira (17), no momento em que foi buscar vários colchões de solteiro e casal. Na loja, antes de receber as doações, a mesma ainda assinou o termo de entrega como sendo Márcia Silva Souza, seu nome falso. Levada para a delegacia, a mulher justificou que os donativos seriam para a igreja a qual pertence, e ela os recebia com a autorização de sua pastora. Para a imprensa, a citada pastora afirmou que este ano ?Márcia? somente teria conseguido alguma ajuda. A acusada se chama Edith Pereira Luiz, e segundo o delegado Luiz Roberto, já teria passagem pelas delegacias por outros tipos de crimes. Ela foi flagranteada e encaminhada para a penitenciária Agenor Martins de Carvalho, de onde aguardará o pronunciamento da Justiça.
Tanto a diretora do Abrigo Municipal quanto a secretária da Semas alertam a população, em especial comerciantes e empresários, que nenhuma pessoa está autorizada a pedir doação em nome do abrigo. Segundo elas, as doações feitas à instituição são realizadas por voluntários que já conhecem os trabalhos desenvolvidos daquele órgão. ?Caso alguém tente pedir qualquer tipo de ajuda em nome do Abrigo Municipal, ligue para a Semas ou diretamente para a polícia?, finalizou Sônia Reigota.
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