Prática Lê Parkour cresce entre jovens em Ji-Paraná
(Guga Rebouças) Movimentação rápida, escalada em muros, rolamento, saltos, bananeira em fachadas e um cenário bem urbano: essa é a visualização do Le Parkour.
O Le Parkour é uma disciplina física em que o participante sobrepõe obstáculos de modo mais rápido e direto possível, utilizando-se de diversas técnicas como saltos, rolamentos e escaladas. Sem limitações de espaços para ser praticado, o parkour é acessível a todos, possibilitando o auto-conhecimento do corpo humano e mente como o desenvolvimento da força, resistência, coordenação motora, ao mesmo tempo que desenvolve a concentração, força de vontade, determinação e coragem.
David Belle (1973) foi um desportista francês, que através de treinamentos de técnicas militares ensinadas pelo avô criou o Parkour. A inspiração para criar o nome veio da expressão ?Parcours Du Combattant". Foi uma referência ao percurso de obstáculos desenvolvido por Georges Hébert (1875-1957), pioneiro na prática de educação física na França como parte de seu "Méthode Naturelle" ou Método Natural de Educação Física, concebido no início dos anos 20 e que foi utilizado por soldados franceses na Guerra do Vietnã para realizar resgates. Junto com os amigos, descobriu o prazer pela busca física plena e o desejo de vencer desafios.
O Parkour teve seu inicio no Brasil em 2004. A partir de então, a prática se tornou freqüente entre os jovens nas cidades grandes. Chamados de traceur (homens) ou traceuse (mulheres), os praticantes se aventuram entre muros, corrimões e até em fachadas e telhados.
O estilo aventureiro de tornear o corpo e ganhar resistência chegou em Ji-Paraná e já tem cerca de 40 adeptos. Rafael Fonseca, 17 anos, estudante da MELIES - Escola de Cinema 3D e Animação, em São Paulo, começou a treinar em 2006 e fundou, com mais alguns amigos, o PK JIPA. ?Um amigo que treinava em São Paulo veio pra cá e mostrou como era. Achamos interessante e começamos a estudar a filosofia e os movimentos do parkour?. Por ser praticado no centro da cidade, o grupo sentia medo de ser repreendido. ?O maior medo era o não reconhecimento da atividade. Quando nós começamos, a polícia achava que era tudo bandido?.
ACESSÓRIOS - Por causa da movimentação rápida e precisa, calça, camiseta leve e tênis com amortecedor formam o conjunto básico para se treinar. Além da uma munhequeira, que ajuda para fortalecer o impacto das mãos. ?No início é complicado, porque a mão sempre sai ralada e o pulso sempre dolorido. A gente não tem idéia da força que faz sobre o corpo?, explica Rafael. ?Tem que ter uma responsabilidade com o seu corpo, porque você vai forçar muito?.
A prática, que assemelha-se à auto-defesa nas artes marciais, não agradou muito o aposentado Firmino César de Jesus, que ainda se assusta com essa evolução das atividades físicas. ?Na minha época, no sítio, eu jogava é futebol. Isso é coisa pra cidade grande. E eles pintam os muros que sujam??, indaga Firmino.
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