Auto fossas são forçadas a parar
> Fossas começam a vazar e se tornam um grave problema para a população
Dezenas de ji-paranaenses procuram uma solução para a limpeza das fossas. O serviço parou de ser oferecido há quase 20 dias pelas empresas especializadas que foram proibidas de despejarem resíduos no novo lixão do município. Vários locais se encontram em situação de calamidade.
A medida foi tomada porque no novo local, o Lixão Municipal, devem ser construídos tanques receptores para a decantação de dejetos. Para que a obra ocorra, o titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Valter Barbosa, viajou ontem (18) a Porto Velho para discutir a liberação para a construção dos tanques junto aos técnicos da Sedam. O secretário destacou que apenas a liberação desta licença impede o andamento do serviço. A previsão, é que a situação seja resolvida em duas semanas, após a aprovação emitida pela Sedam.
Enquanto a licença não é dada, a população não pode remover o conteúdo das fossas por conta própria, já que o serviço é autorizado apenas às empresas de auto fossa. Conforme a secretaria, quem infringir esta lei estará sujeito a multas.
Célia de Araújo, de 24 anos, do bairro Primavera, revela que é difícil não pensar em tomar alguma atitude. Com o período chuvoso as três fossas ficaram cheias mais rápido. ?Quando as chuvas chegam, sempre limpo as fossas para que isto não ocorra. Os dejetos estão misturados às minhas plantas. Não dá para caminhar pelo quintal. O pior é que os vizinhos já vieram várias vezes reclamar do mau cheiro. Além de nem conseguir ficar em casa, estou com muita vergonha?, ressaltou.
EMPRESAS - Várias reuniões foram realizadas entre os proprietários de empresas de auto fossa e a Sedam para resolver o impasse. Dejair Costa, de 46 anos, é o pioneiro no ramo no município. Ao proibirem a ação das auto fossas na cidade, ele conta que recebeu uma multa no valor de R$ 2 mil. ?A polícia do Meio Ambiente e a Sedam apareceram na minha casa e já foram me dando o boleto para pagar a dívida?. Dejair é veemente ao dizer que o caminhão permaneceu na garagem desde a proibição, alegando que a multa não tem procedência.
Dejair Costa possui 100 serviços agendados e como o trabalho de auto fossa é a única fonte de renda, a reserva de dinheiro que tem está se esgotando. ?Há cinco pessoas na minha casa, todos adultos. Estou bem apertado também porque, como começamos a circular na BR, tive que fazer um investimento pesado para conseguir licenças e equipar os veículos. Fizemos compromisso e agora não estamos conseguindo arcar com eles. Em uma destas reuniões nós, que trabalhamos com auto fossa, brincamos pedindo cestas básicas, é triste agora pensar que talvez vamos vir a precisar?, disse.
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