PT elege novo presidente neste domingo, para cuidar da sucessão de Lula
Os petistas votarão neste domingo (22) para eleger sua nova direção e o presidente que sucederá Ricardo Berzoini, que está no comando da sigla desde 2005 em meio à crise do mensalão. Os novos representantes no diretório nacional, provavelmente incluindo pela primeira vez envolvidos naquele escândalo, vão ajudar a organizar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e promover a campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Entre os candidatos à presidência do PT, desponta como claro favorito o ex-senador por Sergipe e ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra, ligado à Construindo um Novo Brasil, tendência majoritária da sigla, e próximo a outras correntes ligadas à ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. A expectativa dos petistas é de que ele vença a disputa já no primeiro turno, sem necessidade de uma nova votação em dezembro.
Seus principais adversários são três deputados federais. O que tem mais densidade eleitoral no partido é José Eduardo Cardozo, da corrente Mensagem ao Partido, ligada ao ministro da Justiça, Tarso Genro. Os petistas do grupo vão se considerar vitoriosos se forçarem uma segunda votação e calculam que para isso terão de obter pelo menos 30% de apoio no domingo.
Em seguida, de acordo com a força das correntes internas, aparecem Geraldo Magela, do centrista Movimento PT, e Iriny Lopes, da Articulação de Esquerda, ligada ao secretário de Relações Internacionais, Valter Pomar. Os setores mais esquerdistas do partido serão representados na eleição petista por Markus Sokol (O Trabalho) e Serge Goulart (Esquerda Marxista).
Participam das chapas que disputam as eleições para formar o diretório nacional três petistas proeminentes abatidos pelo escândalo do mensalão: o ex-ministro José Dirceu e os deputados federais José Genoino, também ex-presidente do PT, e João Paulo Cunha - todos eles no grupo de Dutra e réus no processo sobre o caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Matemática do primeiro turno
Geólogo e ex-sindicalista, Dutra, 52, defende desta vez que o PT faça uma campanha que mostre "mais do que esperança", em referência à trajetória vitoriosa de Lula em 2002, que tinha como um dos seus slogans a frase "A esperança vai vencer o medo". Assim como o presidente, ele tem trajetória de sindicalista e transita por todas as correntes do partido. Todas reconhecem internamente que ele acabará vitorioso.
Candidato à presidência, José Eduardo Dutra abraça ex-presidente do partido José Genoino e atual ocupante do cargo, Ricardo Berzoini
Além do apoio da corrente do presidente Lula, o ex-presidente da Petrobras e da BR Distribuidora conta com a matemática para sentir esperança de resolver a disputa no primeiro turno. Nas eleições internas de 2007, Berzoini foi ao segundo turno contra outro deputado federal, Jilmar Tatto, da corrente PT de Lutas e Massas, ligada a Marta. Desta vez o grupo, centrista como o Construindo um Novo Brasil, não terá candidato à presidência do partido.
"Será uma eleição tranquila porque o PT já superou os processos mais difíceis dos últimos anos", disse Berzoini recentemente ao UOL Notícias. "Quem quer que vença a eleição, e espero que seja o nosso candidato já no primeiro turno, vai ter melhores condições internas do que encontrei para fazer a campanha da Dilma, que é a prioridade."...