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ONU diz que mortos podem chegar a 140 mil no Haiti
Equipes de emergência da ONU (Organização das Nações Unidas) visitaram as cidades ao oeste da capital haitiana, Porto Príncipe, para avaliar a extensão dos danos causados pelo terremoto de magnitude 7 que devastou o país na terça-feira (12). Segundo a organização, além de Porto Príncipe, as cidades de Gressier, Carrefour e Leogane também foram devastadas pelo tremor --nesta última, a destruição chega a 90%. Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos. Nesta sexta-feira, governo do Haiti afirmou estimar em 140 mil o total de vítimas, pouco depois de anunciar que enterrou 50 mil corpos em valas comuns. Pessoas procuram sobreviventes do terremoto que destruiu cerca de 50% da cidade de Carrefour, no Haiti Até o momento, acreditava-se que Porto Príncipe era a cidade mais afetada pelo tremor. Grande parte dos esforços de busca por sobreviventes, atendimento a feridos e ajuda humanitária foram focados na capital. O ministro da Saúde haitiano estimou nesta sexta-feira que três quartos da capital terão que ser reconstruídos como resultado dos danos provocados pelo terremoto. "Três quartos de Porto Príncipe terão que ser reconstruídos, não apenas as áreas totalmente destruídas, mas também os lugares onde tantas casas tiveram danos estruturais", disse Alex Larsen, à agência de notícias Reuters. A equipe da ONU que visitou Leogane, uma cidade de 134 mil habitantes, afirmou que esta é a zona mais afetada, com 80 a 90% dos edifícios danificados. "Segundo a polícia local, entre 5.000 e 10 mil pessoas morreram na área", afirmou Elisabeth Byrs, porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha). Byrs afirmou ainda que a maioria dos corpos ainda está sepultada sob os escombros e que a cidade precisa urgentemente de equipes médicas, alimentos e barracas. Funcionários da ONU também visitaram as cidades de Gressier, com 25 mil habitantes, e Carrefour, com 334 mil habitantes, ao oeste da capital Porto Príncipe. Eles calcularam que a destruição nestas localidades foi de 405 a 50%. Em Gressier, onde muitos corpos permanecem nas ruas e em meio aos escombros, um dos edifícios destruídos foi a sede da polícia. Já na cidade de Carrefour, uma equipe de resgate tenta salvar os feridos. Segundo Byrs, há acesso à comida e restrições no acesso à água, mas não falta atendimento médico. Byrs afirmou ainda que 27 equipes de busca, com um total de 1.500 membros e 115 cães farejadores, trabalham para tirar pessoas presas nos escombros dos prédios que caíram. Até a noite desta sexta-feira, 58 pessoas foram resgatadas com vida. Pai lava criança em bacia depois de perder a casa em terremoto que devastou Porto Príncipe e outras três cidades do oeste do Haiti No momento, uma das principais preocupações da ONU é com o transporte, o colapso no sistema de comunicação e a falta de gasolina. "A gasolina está acabando e faltam ambulâncias para transportar os feridos. Todos os meios alternativos possíveis para transportá-los estão sendo utilizados", acrescentou Byrs. Mais de três dias após o tremor que teve o epicentro localizado a 15 km da capital haitiana, a ONU mantém ainda a busca de sobreviventes. "O clima favorável e as estruturas dos edifícios aumentaram as chances dos sobreviventes. Por este motivo, as operações de busca e socorro continuam sendo a prioridade. A fase de resgate vai continuar", insistiu Byrs, mesmo diante das chances cada vez menores de se encontrar sobreviventes sob os escombros --especialistas afirmam que, em média, as pessoas sobrevivem 72 horas nesta situação. Tragédia O terremoto aconteceu às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país. Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos. A Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU, diz que pode ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já o Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. Nesta sexta-feira, governo do Haiti afirmou estimar em 140 mil o total de vítimas. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, elevou na sexta-feira para 17 o número de brasileiros mortos no país --14 militares e mais três civis, entre eles a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa....


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