Bombeiros prevêem grande enchente
?Até agora, nove famÃlias estão desabrigadas e vem sendo aparadas por parentes e amigos?
(Josias Brito) A chuva continua causando prejuÃzos. Na madrugada de ontem (22), o nÃvel da água dos rios Machado e Urupá, em Ji-Paraná, voltou a subir. Conforme o Corpo de Bombeiros do municÃpio, o Rio Machado está com 10,52 acima do nÃvel normal e continua subindo.
Nos bairros ribeirinhos, 20 pessoas, que totalizam nove famÃlias em situação de risco há mais de 7 dias, já foram retiradas pela Defesa Civil do municÃpio. A equipe do Corpo de Bombeiros vêm fazendo visitas diárias aos moradores do local para tentar amenizar as dificuldades.
O prefeito José de Abreu Bianco, por meio das secretarias, garante total apoio à equipe do corpo de bombeiros na retirada das vÃtimas da enchente. Os bairros de Ji-Paraná sofrem com as águas dos rios Urupá e Machado que ultrapassaram cerca de dois metros além da cota de transbordamento. A situação já causou alagamentos em casas e ruas do municÃpio. No entanto, segundo informações do Corpo de Bombeiros, esse número deve ser bem maior levando-se em conta que muitas pessoas deixam suas casas para se alojarem com amigos e parentes.
O Corpo de Bombeiros, a prefeitura e as secretaria municipais de obras, meio ambiente e assistência social têm trabalhado intensamente para atender a população. O comandante do corpo de bombeiros no municÃpio, capitão Roberto Eloi de Souza tem acompanhado a situação dos moradores das margens dos rios Urupá e Machado. Para o comandante a situação preocupa e o momento requer a união de todos os setores da sociedade do municÃpio pelo bem comum das pessoas que estão sofrendo com a enchente. Capitão Eloi disse que jamais tinha visto uma cheia tão grande no Rio Machado, pois no mesmo perÃodo do ano passado, o rio apresentou o nÃvel de 9 metros.
Segundo capitão Roberto Eloi, na manhã de ontem, três famÃlias solicitou apoio do Corpo de Bombeiros para retiradas delas de suas propriedades que já estava submersas pela água. ?Com ajuda da secretaria de obras, fizermos a remoção das pessoas para casas de parentes e, para aquelas que não tinham para onde ir, foi providenciado alojamento municipal?, concluiu.
DOENÃAS TRASMITIDAS PELA ÃGUA ? Uma das maiores preocupações das autoridades de Ji-Paraná, que nos últimos dias vem enfrentando uma verdadeira guerra contra a dengue, é com as doenças como as hepatites e a febre tifóide, entre outras, que poderão se manifestar depois das águas baixarem.
Além de todos os estragos, o contato com a água das chuvas pode causar diversas doenças. A prevenção e a informação ainda são os melhores tratamentos. A Prefeitura de Ji-Paraná já está conscientizando a população para evitar que as doenças se espalhem. Os agentes de saúde orientam que depois que as águas da enchente baixar, é preciso lavar e desinfetar o chão, as paredes, objetos e roupas, com água sanitária. Faça assim: coloque de um copo da água sanitária para um balde com 20 litros de água limpa. Essa mistura deve ser aplicada nas superfÃcies enlameadas. Deixe a mistura agir por 30 minutos. Após esse perÃodo, a camada atingida pela mistura deve ser removida, e você deve repetir a lavagem quantas vezes você achar que ela é necessária.
A lavagem com água e sabão só deve ser feita depois que toda a lama for retirada. Mas atenção: só faça essa limpeza com luvas, botas ou sacos plásticos duplos nos braços e pernas. Jogue fora os alimentos que entraram em contato com a água da enchente.
RESISTENTES DA ENCHENTE - Apesar da situação caótica que se instaurou em toda área alagada dos rios Urupá e Machado, alguns moradores resistem em deixar suas casas. Numa volta pelos bairros atingidos de Ji-Paraná é possÃvel encontrar famÃlias inteiras que não saÃram das suas residências mesmo tendo o quintal e, à s vezes, até parte dos cômodos inundados pelas águas.
Apesar do caos, o bom humor e a tranqüilidade dos ribeirinhos impressionam. Como é o caso de dona Francisca, moradora do bairro Primavera, há 20 anos, que com água no quintal de sua casa, permanece com fé que as águas irão baixar ao invés de subir. Com a casa extremamente bem-arrumada e limpa, dona Francisca dizia acreditar mais em Deus do que nas previsões do Corpo de Bombeiros. ?Não saio daqui de jeito nenhum. Não vou deixar minhas coisas para trás. Tenho fé que as águas não vão entrar aqui?, disse a moradora. Para ela ter que deixar sua residência para se hospedar com outras pessoas desconhecidas nos alojamentos para os desabrigados significa um martÃrio pior do que o temor das águas invadirem a sua casa.
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