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Dor e tristeza marcam os desabrigados
> Uma senhora de 52 anos chorou com a perda dos bens. A água chegou a bater na cintura dela (Josias Brito) Zélia Alves de Souza, que tem uma filha doente em um colchão no Ginásio de Esportes Gerivaldão, um filho que é doente mental e o marido que sofre de labirintite, quase não consegue falar quando começa a lembrar da recente tragédia. Sua família perdeu quase tudo o que tinha. ?Está tudo muito ruim. Meu marido e minha filha são doentes, meu filho sofre de distúrbio mental, não conseguimos tirá-lo antes da enchente, tivemos que esperar o socorro de barco, mas mesmos assim ele só saiu com ajuda de vizinhos?, narra a ribeirinha. Triste e muito abatida, pois além da ter sua casa invadida pelas cheias dos rios Machado e Urupá e ter perdido quase tudo que tinha, Zélia ainda é responsável pelos seus dois filhos e o marido enfermo, além de duas netas que estão no abrigo para menores, ela ainda achou força para dizer palavras de apoio aos vizinhos e amigos que fez no abrigo provisório. ?Temos ajudado a limpar o chão do abrigo. Essa noite fiquei muito triste, pois além de todos estes problemas, ainda estamos sem poder fazer comida no abrigo desde a última quarta-feira (17), pois o gás acabou, mas fazer o que? Temos que ficar aqui?. Vidas que se encontraram no alojamento improvisado. Desde a última segunda-feira (15), 12 famílias dos bairros Centro, Urupá e Casa Preta se abrigam no local. A quadra se transformou em casa para os desabrigados. Algumas estão doentes. A Secretaria de Saúde, desde a chegada das famílias, vem atendendo os enfermos e prestando assistência no local. Nas ruas do município, a imagem impressiona. São casas alagadas e ruas inteiras tomadas pelas águas dos rios. SEGUNDA ENCHENTE ? O final de semana foi de muito trabalho para os moradores que têm suas casas nos bairros próximos aos rios Machado e Urupá. Pela segunda vez em menos de um mês, a área foi atingida pela cheia que causou o transbordamento do Rio Machado, que corta todo município. Dalva Carneiro da Silva conta que a enchente veio muito rápida. "Não deu tempo para nada não. Nós estávamos achando que a água não ia subir muito neste ano", enfatizou. A dona de casa disse que tentou tirar parte de seus pertences e levar para uma casa particular, mas devido seu esposo estar desempregado e não ter condições de pagar o aluguel da casa, valor de R$ 80,00, ela e sua família estão à mercê da sorte. ?Garanto que não sei se ainda temos alguma coisa em nossa casa, já que a água invadiu tudo e só deu tempo de sairmos e levantarmos alguns móveis?, concluiu. ...


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