Remédios são mais consumidos que drogas
[B]> Um relatório aponta que venda ilegal de remédios pela internet colabora para crescimento do abuso de remédios[/B]
O uso abusivo de medicamentos controlados cresce rapidamente no mundo e já supera todo o abuso somado de heroÃna, cocaÃna e ecstasy, segundo o relatório anual divulgado na quarta-feira pelo Departamento Internacional de Controle de Narcóticos, ligado à ONU. O relatório disse que várias mortes de celebridades no ano passado, como a do cantor Michael Jackson, chamaram a atenção para o problema dos medicamentos lÃcitos. Segundo informações do site O Estadão, de SP, nos EUA, o abuso dos medicamentos "já é a segunda questão mais importante do abuso de drogas, depois da maconha", disse o texto, apontando a existência de 6,2 milhões de norte-americanos viciados em remédios em 2008.
"O abuso de tais drogas tem se difundido pelo mundo nos últimos anos", afirmou Hamid Ghodse, diretor do Centro Internacional para a PolÃtica de Drogas da Universidade St. George's, em Londres, um dos autores do relatório. "Isso precisa ser enfrentado urgentemente."
Ghodse disse ser difÃcil obter dados abrangentes sobre esse "problema oculto", mas na Alemanha, por exemplo, estima-se que 1,4 a 1,9 milhão de pessoas sejam dependentes de medicamentos vendidos sob receita. Em vários paÃses europeus, entre 10 e 18 por cento dos estudantes usam sedativos ou tranqüilizantes sem receita. A entidade disse que farmácias ilegais estão atuando na Internet para vender ao mundo inteiro esses medicamentos - muitas vezes roubados, desviados ou falsificados. O relatório cobra medidas dos governos para monitorar ou proibir esses sites.
A agência da ONU citou também um aumento no uso das "drogas do estupro", refletindo uma preferência de abusadores sexuais por substâncias lÃcitas. Ketamina e gama-butirolactona (GBL), que não são controladas sob as convenções internacionais antidrogas, estão substituindo o Rohypnol, que costumava ser a droga mais usada no golpe conhecido no Brasil como "boa noite cinderela".
Ghodse disse que a maior rigidez no controle do Rohypnol (cujo nome genérico é flunitrazepam) por parte de governos e laboratórios fez com que seu uso em crimes diminuÃsse, sendo substituÃdo por substâncias mais fáceis de obter e usar. "Como em muitos paÃses essas drogas são facilmente disponÃveis, elas freqüentemente caem em mãos criminosas", disse ele a jornalistas.
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