OAB anula 2ª fase do exame após suspeita de fraude
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) decidiu neste domingo cancelar a segunda fase do exame nacional de 2010 após a suspeita de vazamento do gabarito da prova. O novo exame, que autoriza os advogados recém-formados a atuar no mercado, será realizado no dia 11 de abril.
Ao todo, 18.720 candidatos, em 155 cidades do país, realizaram a prova que pela primeira vez foi feita de forma unificada. Os inscritos serão informados pela OAB sobre o cancelamento e a remarcação do exame que foi decidida na reunião do Colégio de Presidentes de Seccionais da entidade. Durante o encontro, uma comissão de representantes de um grupo de bacharéis, fez um apelo para a prova não ser cancelada.
Segundo o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, o cancelamento é para garantir a credibilidade do exame e evitar que as provas sejam questionadas na Justiça. "A unificação está mantida e a credibilidade do Exame de Ordem é o mais importante neste momento. Queremos assegurar a credibilidade da OAB, do exame e, sobretudo, a qualidade dos colegas que vão ingressar na profissão, que não podem nela entrar sob a dúvida de um exame que pode ser anulado futuramente por um Ministério Público ou qualquer outra forma, pois seria uma espada pendendo sobre seu pescoço", disse.
A tentativa de fraude ocorreu na cidade de Osasco (na Grande São Paulo), onde um candidato foi flagrado com as respostas de cinco questões da prova, antes mesmo da distribuição dos formulários do exame. A Polícia Federal foi acionada para investigar o caso. OAB também pediu ao Cespe (Centro de Seleção e Promoção de Eventos) da UNB (Universidade de Brasília), responsável pela prova, que instaure imediatamente sindicância para apuração interna da irregularidade e determinou a abertura de processo administrativo na própria OAB.
Cavalcante descartou o envolvimento da seccional de São Paulo na tentativa de fraude. "A sindicância aberta teve conclusão descartando qualquer tipo de envolvimento da entidade', afirmou.
O presidente da OAB afirmou ainda que o Cespe se comprometeu em reforçar a segurança do novo exame. "O Cespe se compromete a acentuar e privilegiar um sistema de segurança maior do exame, para que as possibilidades de fraude não se repitam e para que possamos aprender com essas situações desagradáveis", disse.
[B]Fraude[/B]
Segundo a comissão de exame da OAB em São Paulo, a irregularidade foi detectada durante a aplicação da segunda fase da prova prático-profissional de direito penal do exame de ordem, no dia 28 de fevereiro. Ao tomar conhecimento da irregularidade, a OAB suspendeu a correção e a divulgação dos resultados da prova.
De acordo com a OAB, o candidato escondia as questões em uma folha de papel encontrada em um livro de consulta. Algumas delas estavam datilografadas e outras, manuscritas.
Ao ser flagrado, o candidato foi retirado da sala. A OAB informou que o candidato se recusou a revelar como conseguiu as questões, e que não houve nenhum outro caso de fraude em todo o país.
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