Polícia Ambiental orienta sobre coleta de animais
(Paulo Demétrius) O comandante da Polícia Ambiental de Ji-Paraná, o sub-tenente Alexandre, deu entrevista a equipe do CP explicando os procedimentos corretos que a população deve tomar quando se depara com um animal silvestre em sua casa. O sub-tenente disse que o primeiro passo que deve ser tomado quando esta situação acontece, é não tentar manusear o animal, porque pode ser que ele seja peçonhento e cause um acidente. Se o animal tiver meios de sair do terreno, deve-se possibilitar a fuga do mesmo. O ideal é que o deixe quieto, porque o bicho sempre está de passagem. Caso isso não aconteça, o cidadão terá que ligar para algum dos órgãos capacitados pra esse tipo de coleta, como Polícia Ambiental, o Ibama e também o Corpo de Bombeiros.
O comandante diz que casos desse tipo são muito comuns. ?Nós fazemos uma média de quase uma ocorrência por dia, dos mais variados animais. Os mais comuns são as jibóias, iguanas e papagaios, mas já tivemos casos mais raros, como em uma semana em que capturamos três tamanduás aqui em Ji-Paraná.?
Alexandre disse ainda que muitas vezes, a população aciona a Polícia Ambiental para o resgate de animais feridos ou que estão muito assustados por causa do ambiente urbano. ?Nós percebemos uma consciência da população com o sofrimento do animal. É cada vez mais raro os casos de pessoas que matam ou machucam os bichos?, explica o Sub-Tenente. Quando questionado a respeito das pessoas que mantém animais silvestres em casa, o comandante diz que ainda é comum esse tipo de situação. ?Nós percebemos que não é por maldade que a população mantém animais silvestres em sua residência. A maioria das vezes, os animais são criados nas casas por pura boa-vontade e muitas vezes por desconhecimento da legislação ambiental.?
O militar explicou que o primeiro procedimento a ser feito quando se recebe uma denúncia de animal mantido em cativeiro, é abordar o morador e propor a entrega espontânea do bicho, explicando a ilegalidade do ato e as consequências jurídicas da permanência do cativeiro.
Porém, Alexandre ressalta que muitas vezes são encontrados casos de criminosos que ganham dinheiro com o tráfico de animais silvestres. Um dos casos mais recentes foi de uma pessoa que mantinha em casa cerca de 30 aves de forma irregular. Nesse tipo de apreensão, fica claro que não é apenas uma criação inocente, mas sim uma prática criminosa cada vez mais comum, prevista em lei, onde cada animal encontrado pode valer uma multa de até cinco mil reais.
?O valor da multa depende do nível da ameaça de extinção do animal alojado. Se for uma espécie que está na lista de animais em risco, o valor será mais alto do que um animal mais comum?, diz o policial. Alexandre finaliza dizendo que ?felizmente a população vem se conscientizando da importância da preservação do meio-ambiente. Nós temos percebido uma mudança positiva nesse sentido?.
A DEVOLUÇÃO DOS ANIMAIS PARA A NATUREZA
A equipe do CP também esteve com o responsável pelo Setor da Fauna do Ibama em Ji-Paraná, Fabiano Pan Ferreira, que explicou de que forma é feito a devolução para a natureza dos animais silvestres recolhidos na cidade. A primeira medida tomada pelo Ibama, é fazer uma triagem onde são avaliadas as condições físicas do animal e tempo em cativeiro, para depois definir o destino que será dado ao animal.
Caso o animal se encontre ferido, ele é repassado para o Hospital Veterinário do Ceulji/Ulbra de Ji-Paraná. ?A parceria feita com a faculdade ajuda demais o nosso trabalho porque podemos dar um atendimento de qualidade para os animais que muitas vezes estão debilitados, em contrapartida, os acadêmicos têm a possibilidade de trabalhar com animais silvestres?, explica o veterinário.
Feito isso, se o animal tem possibilidades de sobreviver na natureza, ele é devolvido para reservas no entorno da cidade, caso ele precise de um tempo de readaptação maior, ele será é enviado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Porto Velho.
?O centro de Porto Velho é um projeto que foi criado pelas Usinas Hidrelétricas do Madeira como forma de redução de danos ambientais e tem sido muito útil para nós, porque com a demanda de animais que precisam desse auxílio, se fez necessário a construção de um centro de referência para destinar os animais da forma correta?, finalizou Fabiano.
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