Ji-Paraná produz quatro caminhões de lixo tóxico por ano
(Paulo Demétrius) Foi enviada na última semana, para a Associação de Reciclagem de lixo de Cacoal, quatro caminhões de embalagens de agrotóxicos utilizadas pelos agricultores na região de Ji-Paraná e Presidente Médici. A coleta das embalagens de produtos agrícolas é obrigatória devido a uma resolução do Ministério de Agricultura, que determina que todas as lojas credenciadas a vender agrotóxicos, passam a ser responsáveis também pela retirada desse material do meio-ambiente.
Na região central do Estado, a coleta é organizada através da Associação de Revendedores de Produtos Agrícolas de Rondônia (ARPARO), que foi uma iniciativa de 12 lojas de produtos agrícolas de Ji-Paraná e três de Presidente Médici.
Segundo o agrônomo responsável pela associação, Marco Antônio Helbel, a idéia da ARPARO surgiu especificamente para viabilizar o cumprimento desta lei que determina que as lojas devem receber e destinar essa embalagem da maneira correta. Trabalhando em grupo, fica mais fácil para estocar, higienizar e encaminhar esse material para os locais de tratamento?, explica Marco.
O órgão responsável pela fiscalização da coleta é a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), que realiza a vigilância pelas notas de compras dos agrotóxicos, onde são emitidas vias de fiscalização que são entregues para o produtor após a devolução do material. Cada embalagem deve ser entregue em até um ano a partir da compra do produto, ou até a data de vencimento do agrotóxico.
Para a fiscal do Idaron, Adriana Santos, existe uma consciência da população rural com relação ao assunto. ?Os produtores estão começando a ter esse cuidado com a embalagem contaminada, justamente porque o Idaron e as lojas agrícolas estão trabalhando com planos de reeducação dos hábitos antigos de reaproveitar a embalagem dentro da propriedade rural, ou até mesmo, jogá-la fora sem o tratamento correto?, explica a fiscal.
Marco Antônio Helbel, o responsável pela Associação, ainda explicou de que forma é feito esse processo de coleta e reaproveitamento dessas embalagens, ?Depois que coletamos o material, ele é enviado para Cacoal, onde é feita uma seleção, para em seguida serem enviadas para São Paulo, sendo uma parte incinerada em fornos próprios, e a outra parte é encaminhada para a reciclagem?, explica o agrônomo. Segundo os dados do Idaron, desde de 2006, Ji-Paraná e região já coletou 53.820 embalagens vazias. A ARPARO complementa informando que anualmente, quatro caminhões de lixo são enviados para Cacoal reencaminhar para a capital paulista.
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