À pesquisa da verdade
À pesquisa da verdade
* Petrônio Souza Gonçalves
Quem nos ensinou a questionar as pesquisas eleitorais foi o Partido dos Trabalhadores. Quantas vezes o presidente Lula nos perguntou qual entre nós havia sido abordado por uma nova pesquisa nas eleições passadas? Agora, partindo do mesmo princípio, questiono: Como estão sendo realizadas estas últimas pesquisas? Quais os seus critérios? Os seus métodos de avaliação e abordagem? Sim, por que por onde vou e por onde questiono amigos, pessoas próximas, constato uma profunda divisão entre a indecisão e a anulação do voto.
Nos parece claro que a margem dos votos nulos e indecisos apresentada nas pesquisas até então estão sendo maquiadas, pois elas superam, e muito, em nossas caseiras enquetes, os números revelados até aqui. Vale lembrar que a convicção de votos destinados ao atual presidente nunca é declarada com toda certeza, pois nas mais diferentes abordagens o voto declarado ao presidente vem acompanhado por inúmeras ressalvas, e só é assumido dentro de um suposto cenário bem definido no processo eleitoral. Não tenho dúvida de que o eleitor só vai se revelar com convicção no último minuto, pois todos pedem por mudança e renovação no pleito eleitoral. Estão todos, em sua imensa maioria, aguardando o desenrolar do jogo. Sendo assim, teço apenas um retrato do que se comunga nas ruas e nas casas brasileiras.
Me parece estranho a vantagem eleitoral atribuída ao presidente Lula, pois tamanha aprovação ao presidente só acontece nas camadas mais baixas da sociedade, aquela que se sustenta pelas verbas sociais, ampliadas pelo governo do assistencialismo. Engraçado, esta parcela, até bem pouco tempo, sempre foi ignorada pelas pesquisas de intenção de voto! Na classe média, as resistências somadas a Lula e a Geraldo Alkimim é notória, declarada num primeiro questionamento.
O que se vê é que o eleitor, o cidadão brasileiro está prostrado diante desta eleição que se aproxima. Há pouca esperança de mudança, de renovação no quadro presidencial e de um programa novo de governo. Isso tudo sepulta em muitos a vontade de votar, de sair as ruas em campanha, de pedir por mudanças em nosso quadro político.
Não é de hoje que o brasileiro vota no candidato que é mesmo pior, ou seja, ele vota não é na vitória do seu representante, mas na derrota de outro candidato. Lamentável!
Infelizmente, até aqui, estamos pouco identificados com nossos candidatos, o que se passa dentro de muitos é a certeza de que nenhum deles nós representa.
* Petrônio Souza Gonçalves é jornalista e escritor
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